Inclusão

09 de agosto – Dia Internacional dos Povos Indígenas

O Dia Internacional dos Povos Indígenas foi criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em dezembro de 1994. A data, 9 de agosto, faz referência à primeira reunião do grupo de trabalho das Nações Unidas sobre populações indígenas, realizada neste dia em 1982, em Genebra, na Suíça.

O objetivo principal da criação da data comemorativa é chamar atenção dos países para o desenvolvimento de ações sobre os direitos e a proteção dos povos indígenas. Em 2007, foi aprovada a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dessa população.

Você pode não fazer ideia, mas celebrar o Dia Internacional dos Povos indígenas é muito importante para o mundo inteiro…

Desde a fase escolar, aprendemos que os índios são pessoas que vivem nas matas, afastados da civilização, que têm sua própria linguagem e crenças. Isso acabou criando uma série de preconceitos no imaginário popular, colocando-os como seres que não merecem ou não tem necessidade de usufruir de direitos dentro de uma sociedade.

O fato é que os povos indígenas não fazem parte de um único bloco em todo o mundo. Embora tenham a mesma denominação, eles mantêm hábitos e costumes diferenciados. Ou seja , um índio no Brasil não pratica os mesmos rituais e comportamentos que um índio no Canadá e Estados Unidos.

Para se ter uma ideia, existem cerca de 370 milhões de indígenas espalhados em mais de 90 países, sendo mais de 5 mil etnias distintas e falantes de mais de 7 mil línguas.

De acordo com a ONU, muitos deles vivem em condições de vulnerabilidade e exclusão, representando 15% das pessoas mais pobres do mundo. Isso quer dizer que inúmeros indígenas ainda não possuem direitos básicos, como saúde e educação, e sofrem com a discriminação racial, econômica e social.

O dia 09 de agosto, além de prestar uma justa homenagem àqueles que contribuíram com a formação cultural de diversos países, tem também o propósito de preservar as identidades e tradições desses povos, além de conscientizar sobre a inclusão dessas pessoas na sociedade.

Inclusão dos povos indígenas no mercado de trabalho

Um dos grandes desafios vivenciados ultimamente é a inclusão dos povos indígenas  e de todos os grupos sub representados no mercado de trabalho. De acordo com capítulo quarto da lei 6.001 de 1973, é estabelecida a não discriminação entre trabalhadores indígenas e os demais trabalhadores, sendo assegurados todos os direitos trabalhistas e de previdência social a todos os povos.

Contudo, na prática, não é isso que vemos.

O preconceito relacionado aos povos indígenas no Brasil já dura mais de 500 anos e interfere diretamente na inserção dessas pessoas no mercado de trabalho.

A pergunta é simples: quantos indígenas você conhece que estejam formalmente empregados e ocupam cargos de destaque nas organizações?

Ainda que a discriminação seja crime, são poucos os indígenas que conseguem uma vaga no mundo corporativo. Infelizmente, essa realidade só vem aumentar o preconceito e a precariedade de sobrevivência de povos originários, quando eles deveriam ter, por motivos óbvios, a preferência em qualquer contexto social, já que estavam por aqui muito antes de qualquer colonizador chegar.

De acordo com dados do Censo de 2010, temos 900 mil indígenas vivendo em todo o território nacional. Desse número, aproximadamente 570 mil continuam em aldeias e regiões indígenas, e pouco mais de  300 mil vivem nos centros urbanos.

Ainda que essa ocupação seja expressiva, até hoje,as pessoas têm um viés deturpado sobre o assunto. Muita gente acha que povos indígenas devem se manter como na época do descobrimento do Brasil, sem nenhuma base social ou benefício governamental. Para além de andarem nus, utilizarem artefatos arcaicos para realizar suas atividades e não ter contato com a tecnologia e educação, o preconceito ainda faz com que alguns círculos sociais releguem essa população às margens – enquanto ainda acham bem bonito sair no carnaval com fantasia de índio…

Embora exista algo meio mítico em torno de povos originários, não podemos esquecer que eles são parte primordial da sociedade e, como tal, consomem produtos e serviços, se relacionam com as instituições, são formadores de opiniões, pagam suas contas e possuem direitos e deveres, como todo cidadão.

Por isso, quando se fala em respeito aos povos indígenas, estamos abarcando muito mais que homenagens: precisamos falar sobre soluções para que eles possam ser parte de um mercado cada vez mais diverso.

Estabelecer políticas de inclusão dentro das empresas é garantir não somente a sobrevivência desses povos, mas permitir uma positiva troca de experiências, em que todos manifestem seu ponto de vista e estimulem a criatividade e a inovação entre as equipes.

 

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