Em tempos em que a internet tem dado voz às minorias e aberto espaço para todos os tipos e níveis de discussões, fica até difícil acreditar que um dia houve ruptura dessa liberdade.
A história está aí para contar os abusos sofridos por quem desejasse emitir uma opinião – e ela não é antiga, não.
Nossos pais e avós viveram em um país censurado e censurável, embora alguns até queiram fingir que nada aconteceu…
Mas, para alegria de todos, o mundo mudou! E, em todo 14 de julho, a gente comemora o dia da liberdade de pensamento.
Tá, mas o que vem a ser a liberdade de pensamento?
Liberdade de pensamento é o direito que os indivíduos têm de manter e defender sua posição sobre um ponto de vista ou ideia, independente das visão do outro.
Assim, o livre pensar também está relacionado e intimamente ligado a outras liberdades, como a religiosa e a de expressão.
Esse conceito é tão importante para a democracia que, em 1988, a liberdade de pensamento foi inserida no na constituição brasileira em seu artigo 5º, inciso IV, considerando-a um direito fundamental.
A data de 14 de julho foi escolhida para homenagear o Dia Nacional da França, que marca os ideais da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.
Afinal, foi nesse evento que se concretizaram os ideais democráticos modernos – definições que, por sua vez, abriram caminho para a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, inspirada na Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.
No documento são enumerados todos os direitos que os seres humanos possuem enquanto animais sociais.
O artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que:
“todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.
Respeitar a liberdade de pensamento, portanto, não é nenhum favor que fazemos ao outro; é nossa obrigação.
Mas, aqui, entra outro ponto muito importante: não é porque o pensamento é livre que ele não pode ser criminalizado caso esteja incluído em pormenores dos códigos penais.
No Brasil, por exemplo, comentários racistas, homofóbicos, antissemitas e que façam apologia ao nazismo, por exemplo, não são fruto da liberdade de pensamento: são crime.
Você tem o total direito de pensar qualquer tipo de atrocidade e deixá-la dentro da sua cabecinha, mas trazer à luz os mais abjetos modos de ver a vida não é necessariamente possível, já que o seu direito termina quando começa o do outro.
Estamos entendidos? Então, tá!
A importância da liberdade de pensamento no meio corporativo
A liberdade de pensamento é um direito fundamental de qualquer brasileiro.
Em um mundo totalmente digital, expressar sentimentos, ideias e opiniões ficou cada vez mais fácil e abrangente.
Afinal, o alcance da internet democratiza o acesso à informação, levando todo tipo de conteúdo a qualquer lugar do mundo.
No entanto, a liberdade de pensamento dentro das organizações ainda é um processo tímido, que precisa ser melhor trabalhado.
Embora as mídias tenham jogado luz sobre muitos assuntos, opinar abertamente sobre tudo o que se pensa em ambientes corporativos ainda é muito delicado, especialmente quando é o emprego da pessoa que quer emitir opiniões que está em jogo.
Muitas vezes, a pessoa colaboradora se vê em situação constrangedora, tendo que agir contra sua vontade apenas para fazer valer a opinião da chefia ou da empresa, por medo de se indispor com a equipe ou mesmo de perder sua fonte de renda.
E, claro, essa situação passa bem longe de ser a ideal.
Em tempos como esses, em que a sociedade pede mais diversidade e inclusão, impedir as pessoas de expressar opiniões profissionais válidas é andar na contramão de tudo o que é sadio e inspirador nos ambientes de trabalho.
Criar espaços corporativos abertos para que todos possam emitir seus pensamentos sem medo, dando espaço ao time para que cada pessoa possa viver sua verdade também no local de labor, torna o ambiente acolhedor e com menos julgamentos, favorecendo a criatividade e a inovação.
Estamos tão acostumados com padrões pré-estabelecidos que não nos damos conta do óbvio: prezar pela liberdade de pensamento é enriquecedor e pode, inclusive, ser estratégico para o mundo dos negócios.
A prática da livre expressão traz uma série de benefícios à equipe, como o compartilhamento de experiências, autonomia no trabalho, empatia, melhoria na solução de problemas e assegura a pluralidade de posicionamento em diferentes vertentes, sempre com respeito à opinião alheia.
Promover um ambiente de trabalho que priorize a liberdade de pensamento requer esforço, participação de todos e cumprimento da Constituição.
Por isso, acompanhe os artigos do blog Profissas e fique inteirado sobre tudo o que acontece no mercado corporativo.