E aí, tá afim de errar hoje?
Pergunta estranha, né? Não estamos acostumados a dar atenção ao erro — mas ele pode salvar seu dia… ou sua vida!
O título vem de uma grande referência minha, o filme Tudo acontece em Elizabethtown, de 2005:“Tenha a coragem de falhar e ficar por perto. Faça com que eles se perguntem por que você ainda está sorrindo”.
Errar nem sempre é ruim ou arriscado; mas, antes de errar, precisamos falar sobre o tão temido
FRACASSO
substantivo masculino
- som estrepitoso provocado pela queda ou destroçamento de algo; barulho; estrondo; “a casa desabou com um f. assustador”;
- falta de êxito; malogro; derrota. “o empreendimento foi um f.”
Já reparou que o fracasso nada mais é que… errar? Nem a própria definição do substantivo, no dicionário, o traz como um erro grande/gigante/catastrófico. É, tão somente, a falta de êxito. Algo que, simplesmente, só não deu certo.
Como nós não conhecemos a real definição de fracasso, atribuímos a ele um conceito exageradamente negativo – e perdemos o que realmente importa: as falhas não são o resultado final, mas as tentativas que foram decertadas durante o processo.
Em outras palavras, fracasso não é o oposto de sucesso! Inclusive, muita gente bem-sucedida defende que o fracasso é o primeiro passo para o sucesso. Lembre-se disso. 🙂
Currículo de fracassos
Johannes Haushofer, professor de Princeton, divulgou, certa vez, seu “currículo de fracassos”. Elaborado como um currículo convencional, a intenção de Haushofer ia além de mostrar seus logros. Para tanto, dividiu o documento em seções como “Posições acadêmicas e bolsas que não conquistei”, “Artigos rejeitados em periódicos científicos” e “Fundos de pesquisa que não consegui”.
A ideia do professor era mostrar que mesmo essas experiências fracassadas – ou seja, não concluídas, ou concluídas sem êxito – o moldaram como pessoa e profissional. Isso não diminui sua capacidade; ao contrário, a aumenta. Hoje, depois de uma estrada de sucessos e fracassos, ele tem muitas habilidades diferentes, conquistadas a cada experiência.
Todos nós somos assim. E digo mais: tendemos a crescer mais frente ao fracasso do que frente ao sucesso, já que o sucesso, vez ou outra, nos cega para as falhas do processo.
Se você fizer seu “currículo de fracassos” verá que ele será pelo menos três vezes maior que o seu currículo convencional. Caso contrário, você deve ter tentado muito pouco! Mas, em sua defesa, nós nunca reparamos (ou gostamos de reparar) na quantidade de vezes que erramos, e em como a bagagem que os erros geram é essencial para nossa evolução.
Diante disso, te desafio a reunir todos os seus erros em um currículo. Consegue?
Analisar seus atos é um hábito de muita utilidade. Ele pode te ajudar a ver situações sob novos ângulos e te capacitar a evitar novos fracassos no futuro, além de não cometer o mesmo erro duas vezes.
Como lidar com o erro na prática
Já que fracassos são essenciais, vamos praticar o erro?
Durante os próximos 5 dias, faça uma das atividades diárias propostas, conforme o cronograma.
- Primeiro dia: Mude seu relógio de posição, coloque-o no braço contrário de que costuma usar OU ande de trás pra frente por sua casa.
- Segundo dia: Troque de roupas de olhos fechados OU poste uma foto de ponta cabeça (você ou a câmera) e dê uma olhada depois em coisas que nunca notou.
- Terceiro dia: Estimule seu paladar provando comidas diferentes OU escove os dentes com a mão que não costuma usar.
- Quarto dia: Tome banho com os olhos fechados OU passe o dia sem falar a palavra não.
- Quinto dia: Jogue STOP em outra língua com alguém OU invente um drink.
E não esqueça de postar seus resultados e nos marcar (ou, simplesmente, nos responder contando como foi).
Tais atividades vão te mostrar como lidar com o erro na prática – e você vai ver o que não gosta de ver: errar é natural e acontece a nível diário. Por outro lado, não necessariamente significa o fim trágico do seu dia. É apenas algo que… aconteceu.
Vimos que simples atividades, feitas de maneira diferente, podem te induzir ao erro – ou seja, ao fracasso. E tá tudo bem!
Você não desenvolve a criatividade, por exemplo, se esperar pelo momento ideal de colocar a mão na massa e gerar algo perfeito. Querer ser livre de erros em tudo o que faz impede o comportamento de criação, de risco, de tentativa e erro, de impulso e instinto.
Aliás, te impede de viver, né, colega? Se você for se guiar apenas pelos acertos, ou vai ser alguém muito frustrado ou não vai conquistar nada que realmente valha a pena, pois tudo o que é difícil o é porque exige superação de erros.
Por isso, falhe, e falhe depressa. A falha te permite aprender mais rápido – e melhorar mais rápido, também.
Esteja sempre preparado para abraçar os resultados que você não conhece, pois eles podem ser a chave que abrirá as próximas portas mais maravilhosas da sua vida.