Um colaborador da sua empresa chega até você e diz: “Temos um problema…”.
Antes de mais nada, um problema em ambiente corporativo não deve ser algo encarado de maneira negativa pelos líderes; pois todo problema apresenta, também, uma nova oportunidade de melhoria para a empresa.
Mas se neste caso o seu instinto inicial é de arregaçar as mangas para intervir e resolver o problema (porque você quer ser útil, principalmente neste tipo de situação), lamento dizer que você está indo pelo caminho contrário da liderança.
Isto é ser o oposto de útil. Quando você tenta resolver um problema com suas próprias mãos em cargo de liderança, você está cometendo um dos maiores erros da área.
O seu papel como líder não é resolver problemas e sim ajudar e desenvolver os outros a resolverem os problemas por si próprios. E se caso não conseguirem, é porque possivelmente você tenha contratado as pessoas erradas
Imagine que você e o seu time estão em um barco em alto mar. É o seu papel fazer com que vocês naveguem por águas turbulentas, em torno de rochas irregulares, até o destino desejado e fazer com que as pessoas se sintam nutridas e descansadas ao longo do caminho. Mas como você vai ser um bom comandante se estiver correndo e tentando remar mais rápido?
Essa confusão de funções pode ser muito negativo: você impede que sua equipe aprenda a resolver o problema.
Isso faz com que se desenvolva uma dependência da sua palavra final sobre todas as situações – principalmente as difíceis. Mas aí o que acontece se você não estiver no escritório aquele dia?
D E S E S P E R O
Quando é você quem pensa em todos os problemas, está ensinando os membros da sua equipe a não pensar por si próprios.
Bons líderes entendem isso e ao invés de atrasar a equipe, se tornam o acelerador dela.
Como? Fazendo perguntas!
Faça perguntas e o problema que o problema que o seu colaborador estiver enfrentando se tornará mais claro e menos assustador. E você ainda pode se surpreender com a solução dele.
Aqui estão 5 perguntas que você pode fazer durante uma reunião individual:
- Qual é a causa raíz do problema? Muitos problemas surgem porque negligenciamos o micro do conteúdo do problema.
- O que você já tentou? As vezes o problema pode ser resolvido através de uma solução já tentada, mas com uma nova perspectiva.
- Quais são as vantagens e desvantagens de cada ação? Ao colocar num papel os prós e contras, conseguimos uma visão marco do contexto do problema, facilitando as estratégias.
- Qual é o pior resultado possível? É um ponto de vista crítico. Aja como um “advogado do diabo” e ajude a diminuir as chances de tomar uma decisão ruim.
- O que aconteceria se você não fizesse nada? Às vezes, a melhor maneira de resolver um problema é parar de tentar resolvê-lo. Afinal, qual o custo de permanecer na tentativa de resolver este problema (ao menos neste momento)?
O mais curioso é que ao fazer essas perguntas, a maioria dos colaboradores vai ter uma ou mais respostas para o problema. Eles só estavam com medo ou preocupados em fazer algo “errado”, pois existe a dependência sobre a sua intervenção.
Bônus:
Utilizar “E se?” para projetar diferentes cenários no futuro é uma técnica criativa de resolução de problemas que desafia você a permitir que sua mente interprete diferentes cenários sem julgamento ou crítica. O julgamento sempre vem depois do processo criativo de resolução de problemas – não antes.
Afinal, ser líder não é apenas ajudar a esclarecer os processos de pensamento – mas dar confiança e credibilidade na capacidade de cada um em encontrar soluções.