É inegável que no cenário corporativo ainda existe uma grande discrepância na ocupação de cargos de liderança por mulheres e homens. O mesmo vale em relação à diferença salarial entre os sexos.

Assim, é incrível ver o empreendedorismo feminino ganhando força e mobilizando várias frentes de trabalho que empregam milhares de pessoas em todo o mundo.

É claro que muita coisa ainda precisa avançar em relação ao protagonismo da mulher no empreendedorismo. Porque não se trata apenas da diferença de faturamento em relação aos negócios comandados por homens, que, inclusive, existe.

As mulheres precisam hoje, como sempre precisaram, ser multitarefas. A divisão equânime de responsabilidade no lar e família ainda é um aspecto discrepante que acaba sobrecarregando-as e dificultando sua permanência e ingresso no mercado empreendedor.

Mas isso não significa que não existem motivos para celebrar o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino!

Pela importância dessa frente de trabalho, a data de 19 de novembro foi definida para destacar e valorizar o papel da mulher e apoiar seu ingresso no ambiente empreendedor.

O que significa o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino?

A data foi estabelecida em 2014 pela ONU (Organizações das Nações Unidas), com o intuito de atrair a atenção mundial para o impacto econômico e social do movimento e protagonismo feminino.

Já em seu ano de criação, a data foi celebrada durante a Semana Global de Empreendedorismo, com atividades realizadas em mais de 150 países.

O dia do empreendedorismo feminino é coordenado por um braço da instituição chamado ONU Mulheres. Ele tem a finalidade de unir, fortalecer e ampliar os esforços em defesa dos direitos das mulheres para diminuir a desigualdade de gênero.

Dessa forma, a ONU Mulheres atua prioritariamente em seis áreas:

• Empoderamento econômico;
• Liderança e participação política das mulheres;
• Fim da violência contra mulheres e meninas;
• Governança e Planejamento;
• Paz e segurança e emergências humanitárias;
• Normas globais e regionais.

Por que celebrar o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino?

No Brasil, as mulheres representam 52% da população. Porém elas ocupam posições de destaque em apenas 13% das 500 maiores empresas do país. Trocando em miúdos, não há representatividade no mercado formal de trabalho.

Muitas vezes, para ascender em cargos de liderança e ter o direito de propor ideias criativas e inovadoras, é preciso assumir o próprio negócio.

Assim, o empreendedorismo feminino se mostra um dos caminhos viáveis para gerar mudanças relevantes em um cenário dominado pelos homens. Ao mesmo tempo, é também um forte aliado na luta pela equidade e pela garantia de direitos das mulheres.

Por isso a data é tão importante: para além da diversidade e das oportunidades que abrem portas às mulheres, o empreendedorismo feminino afeta diretamente e positivamente o mundo dos negócios.

De acordo com o Sebrae, apenas no Brasil existem 9,3 milhões de mulheres à frente de um negócio. Destas, 45% são chefes de família, ou seja, são as responsáveis pelo sustento do lar, de forma principal, única ou significativa.

Em comparação aos homens, 16% das mulheres que empreendem têm ensino superior, mas seus negócios faturam 22% menos. Para se ter uma ideia, em 2018, os empreendedores brasileiros registraram um rendimento mensal médio de R$2.344,00, e as empreendedoras R$1.831,00.

Embora os números possam gerar desânimo, vale lembrar que o empreendedorismo no Brasil ainda passa por um processo de amadurecimento. Em pesquisa, o Brasil revelou-se o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras do mundo, numa lista de 49 países.

Em contrapartida, empresas com mais mulheres em cargos de liderança apresentam um resultado operacional 48% maior e um potencial de crescimento e faturamento 70% maior. O índice de falência também é reduzido em 20%.

O processo pode não ser ágil, mas o mercado está se dando conta de que ter mulheres líderes e à frente dos empreendimentos é um ótimo para os negócios!

Lugar de mulher é onde ela quiser!

O empreendedorismo feminino chega ao mundo para quebrar vários estereótipos disseminados em uma sociedade ainda balizada pelo machismo. Sexo frágil, feminino sinônimo de delicadeza, função nata de dona de casa e para a maternidade, são apenas alguns deles.

Porém, abrir o próprio negócio pode ser transformador. Não apenas para a vida individual da mulher, mas também para todo o núcleo familiar.

Isso porque o empreendedorismo permite a emancipação das mulheres não apenas em termos financeiros e econômicos, mas também em questões sociais. Mulheres em situação de violência doméstica, por exemplo, encontram nele uma forma de apoio e sustento para se verem livres, junto à suas famílias, das situações de agressão e abuso.

Assim, uma mulher que empreende não abre apenas uma empresa, mas desenvolve possibilidades de crescimento da economia, geração de empregos e mudanças nas relações sociais. O que afeta tanto o núcleo familiar quanto o âmbito da comunidade, localidade e em termos amplos de município, estado e país.

Seus negócios são os mais diversos possíveis, desde restaurantes, salões de beleza e lojas de roupas até plataformas digitais. Como exemplo, destacamos a Plenapausa, uma solução criativa que leva informações e acolhimento às mulheres durante a menopausa.

A tendência é de que o empreendedorismo feminino cresça mais a cada ano, aumentando não só o número de mulheres no mercado, como também os desafios.

Dentre os inúmeros obstáculos estão o preconceito e o machismo, que prejudicam o desenvolvimento dos trabalhos e das relações pautadas no respeito e cordialidade.

Mas, o mais importante de tudo isso é que essas mulheres não estão sozinhas! Hoje existe uma rede de apoio formada não só por outras mulheres empreendedoras, mas, também, por instituições como o Sebrae, que contribuem para seu crescimento e aprimoramento.

Para saber mais sobre esse e outros assuntos, acompanhe o blog Profissas e fique por dentro sobre tudo o que acontece no mercado do empreendedorismo!