O tema racismo, nos dias de hoje, está em alta em todos os âmbitos da sociedade. Um debate necessário que ajuda na reflexão e no combate ao preconceito racial. Embora a luta seja grande, o movimento tem ganhado força e, consequentemente, alcançado resultados que reforcem a pauta legítima de um grupo ainda vítima de discriminação.
Contudo, a maioria branca, por não aceitar determinadas conquistas e direitos adquiridos pelos negros, criaram um termo chamado racismo reverso. Você sabe o que isso significa – e, especialmente, por que ele não existe?
A razão é simples.
Não somos todos iguais!
Por uma questão histórica, a comunidade negra nunca conseguiu usufruir dos mesmos privilégios que as pessoas brancas, como acesso à educação, empregos com salários melhores, cargos de chefia ou poder político.
Por terem sido escravizados no passado, a sociedade escravocrata, de imensa maioria branca, não conseguiu aceitar o fato que a liberdade deveria vir com oportunidades para todos, delegando aos negros funções menos privilegiadas, além de restringir o acesso à informação e educação.
Por conta de todos os fatores já conhecidos, e muitas histórias de humilhação e até mesmo massacres contra os negros, muitos direitos estão sendo adquiridos. Estamos falando de cotas em faculdades, reserva de vagas de empregos para minorias e conquistas de bens materiais que antes apenas os brancos tinham acesso, como carro, casa própria e viagens ao exterior.
As condições vivenciadas hoje eram impensadas há alguns anos, como um negro se tornando médico, fazendo mestrado em uma grande universidade ou ocupando cargos de grande visibilidade no mundo corporativo e político – como, por exemplo, se tornando presidente dos EUA.
Mas qual a relação do racismo reverso com tudo isso?
O racismo reverso é um termo utilizado para descrever a discriminação cometida por minorias raciais ou grupos étnicos oprimidos contra pessoas pertencentes à classe dominante.
Em outras palavras, em teoria – e apenas nela – existe uma crença que brancos podem ser vítimas de racismo, já que se vê em desvantagem em relação aos benefícios dados aos negros e minorias desfavorecidas. Essa é uma discussão que veio à tona em 2020, quando a empresa Magazine Luiza resolveu fazer um programa de contratação de trainees apenas para profissionais negros. A ação, de caráter inclusivo e geração de oportunidades para pessoas que sempre viveram à margem, causou um rebuliço sem precedentes – e envolveu até a Defensoria Pública da União.
Após avaliação do caso, a DPU apoiou a iniciativa da empresa, já que é dever do poder público, junto com a iniciativa privada, criar medidas que proporcionem a redução de carências e de vulnerabilidades. Isso é, promover o acesso a todos os tipos de oportunidades a indivíduos menos favorecidos.
Nesse sentido, o racismo reverso é uma tentativa de apagar as diferenças raciais existentes, reforçando ainda mais o preconceito e a discriminação, já que pessoas negras e brancas ainda não concorrem em grau de igualdade.
A conta é simples: em uma situação de desconforto em que haja alguma acusação, por exemplo, o branco não é excluído ou marginalizado, na maioria das vezes. Repare que, em casos de acusações de furtos, o negro está no centro da suspeição apenas em função de sua cor de pele.
Racismo reverso não existe e, por isso, não funciona
O racismo reverso é uma forma de negar os avanços sociais que favorecem o negro e os privilégios dos brancos. Ou seja, o ponto central de tudo isso é que, para se exercer o racismo e o preconceito, é preciso que a pessoa esteja em posição de poder, e essa não é a situação do negro.
De certa forma, a conscientização tem aberto portas para grupos menos favorecidos, melhorando seu acesso a espaços que antes eram destinados às mesmas pessoas. E isso tem gerado incômodo em indivíduos que não desejam a igualdade e querem manter o estado das coisas como eram antes.
Para acabar com esse conceito errôneo, é preciso nutrir a empatia, percebendo que existe uma diferença grande nas relações sociais quando falamos de tratamento racial. Basta reparar que, quando um branco pede desculpas, existe uma propensão a ficar tudo bem, diferentemente do negro, que tende a sofrer algum tipo de retaliação.
Outro ponto é que, na história, não existem fatos que demonstrem o racismo ao branco em discursos de ódio, castigos e humilhações em função do seu tom de pele.
Falar em racismo reverso é uma ofensa à população negra que sofre ainda hoje com o racismo estrutural existente em cada canto da sociedade brasileira. É por isso que pedimos que siga o blog Profissas e se atualize sobre essas pautas – e não se deixe enganar por discursos sem posicionamento histórico.
Concordo, ninguém ficaria ofendido de ser chamado de “Branco” “Branquelo” e eu falo isso como uma asiática, acho que só invetaram essa coisa de “Racismo Reverso” como uma resposta racista para o Racismo em si.