Você conhece ou já ouviu falar da FOMO?
A FOMO representa a sigla do termo em inglês “Fear of Missing Out”, que traduzido para o português fica “medo de ficar de fora”.
Podemos considerar essa síndrome como o medo de ficar de fora do mundo tecnológico e seus desmembramentos, como as redes sociais, ou ainda de não conseguir acompanhar o ritmo dessa evolução constante que a tecnologia oferece.
Tudo evoluiu: temos indústria 4.0, serviços de bancos digitais, inteligência artificial, busca por voz, machine learning, robôs sociais, realidade aumentada e etc.
A ansiedade por não conseguir acompanhar todas as lives feitas pelo Youtube, a culpa por não conseguir se exercitar tanto quanto os amigos que postam suas rotinas de malhação e dieta no Instagram e a tristeza por não ser tão produtivo quanto os famosos que detalham seus dias no Twitter são alguns dos sentimentos gerados pela FOMO.
Se identificou com alguma situação apresentada? Então nos acompanhe nessa jornada de entender a síndrome da FOMO.
Como surgiu a FOMO?
A síndrome da FOMO foi descoberta em 1996 pelo Doutor Dan Herman ao realizar um estudo de grupo. Ele apontou a FOMO como um fenômeno sociocultural, como uma motivação e como um fator de personalidade.
Entre os principais sintomas, podemos destacar:
Passar muitas horas nas redes sociais, como Whatsapp, Facebook, Instagram ou Twitter;
Atualizar o feed de notícias frequentemente;
Aceitar propostas para todas as festas e eventos, pensando que dessa forma não vai perder nenhum acontecimento;
Usar o smartphone em diversas situações, como durante as refeições, o trabalho ou dirigindo;
Não aproveitar o momento e passar mais tempo preocupando com as fotografias que serão escolhidas e postadas nas redes sociais;
Frequentemente ter mau humor, irritabilidade e a preferência por solidão.
O que é a FOMO?
A FOMO é a constante sensação de que não se está aproveitando a vida o máximo possível ou não o tanto quanto gostaria.
É a angústia de em uma situação com múltiplas escolhas, ao renunciar alguma delas em detrimento de outras, e que está perdendo tudo que poderia ter tido.
Geralmente, é experimentado essa sensação ao se comparar com os outros. Comparar as conquistas, estilo de vida e vivências.
É como se pudéssemos comparar esse sentimento com o dito popular: a grama do vizinho é sempre mais verde.
Nas redes sociais é ampliada a divulgação das escolhas dos usuários. É por esse meio que é divulgado os pensamentos, escolhas, empregos, momentos com amigos e familiares, roupas, filmes e toda a identidade.
E ao passarmos pelo feed do Facebook ou observarmos os stories do Instagram, inevitavelmente nos deparamos com um colega fazendo uma viagem incrível e aproveitando vistas incrivelmente belas…
E com essa imagem, também inevitavelmente podemos pensar “nossa, ele está vivendo algo que eu gostaria de experimentar”.
E é nesse contexto que é apresentado a FOMO. É passado a ideia de que todos têm vidas melhores e mais felizes que a sua. E a angústia gerada de pensar que todos estão satisfeitos com a vida, mesmo você.
E esses sentimentos que já eram rotineiros, passaram a ficar ainda mais presentes por conta da pandemia do Coronavírus.
Qual a relação da FOMO com a quarentena?
A pandemia do Covid-19, anunciada em 2020, forçou as pessoas a aderirem à quarentena, sendo necessário permanecerem em casa. Inclusive, a pandemia mudou interesses e prioridades de profissionais no mercado de trabalho.
Essa nova mudança de rotina, e as próximas consequências dessa pandemia – como o desemprego e o home office – por si só já causam estresse e cansaço mental.
E, como tentativa de distrair e aliviar a cabeça, houve um aumento de tempo passado nas redes sociais. Segundo o relatório The State of Social Media 2021, uma pessoa passa aproximadamente 2,5 horas conectada nas redes sociais.
Já segundo Socialbakers, o uso do Facebook às 5 da manhã cresceu 98% do segundo para o terceiro trimestre de 2020.
Diante desse aumento nas redes e no aumento em acompanhar o que é feito, vivido e postado pelos outros, a FOMO foi se tornando mais frequente entre as pessoas.
Esse efeito é mais comum em jovens, entre as faixas de 16 a 36 anos, justamente por serem mais engajadas nas mídias.
Durante a quarentena e o peso do isolamento social, para muitas pessoas ficou difícil conciliar atividades, como o trabalho com as atividades domésticas.
Junto a isso, o peso mental e a culpa de não realizar todas as coisas planejadas, em especial por ver muitas pessoas ativas.
Como consequência, a sensação é de desistir de tudo. Mas nesses momentos, é hora de respirar fundo e acalmar a mente.
Como lidar com a FOMO?
Com a continuidade da pandemia, a ansiedade para vacinar e observar muitas pessoas de outros países já voltando a realizar atividades comuns, como não usar máscara ou assistir um jogo de futebol no estádio, a FOMO se torna latente.
E junto a ela a ansiedade, o nervosismo e o alerta constante para verificar o que se passa nas redes sociais. E, como dissemos anteriormente, nesses momentos é hora de ter calma!
Essas sensações também afetam o meio corporativo, em especial por passarmos pela transição do mundo VUCA ao BANI.
Aqui vamos te dar algumas dicas do que fazer para lidar com a síndrome:
• A primeira e mais importante dica é: diminuir o tempo de uso das redes sociais! Coloque um alarme no celular se necessário para lembrar de desligar a mente dessas mídias. No lugar, use o tempo para você mesmo ou para aproveitar com a sua família;
• Invista em atividades que você gosta: leia um livro, faça um desenho, pinte em livros de colorir, escute uma música, veja um filme, faça uma receita, faça uma atividade física. Aqui o importante é se conhecer, praticar a autocompaixão e investir no que te faz bem;
• Desacelere os pensamentos e não se preocupe tanto: pare de pensar sobre o futuro ou o passado, o que importa mesmo é o agora. Analise o momento presente e veja as possibilidade de ação no hoje;
• Crie uma rotina e se organize: crie de fato um hábito com tarefas a cumprir. Faço o uso de planners, agendas, aplicativos, o que for necessário para construir boa rotina e faça o possível para ocupar melhor o seu tempo. Mas lembre-se: pega leve com as suas tarefas;
• Não se culpe e não se sobrecarregue: ao longo do dia e das tarefas, faça o que estiver ao seu alcance. Acima de tudo cuide da sua saúde mental.
No cenário em que vivemos, em meio ao medo e ansiedade, precisamos lembrar que os problemas vão passar. E caso você esteja passando pela síndrome ou conheça alguém com esses sintomas, procure a ajuda de um médico!
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