O debate por uma sociedade mais humana, diversa e inclusiva tem saído do espaço teórico dos livros, palestras e discussões acadêmicas para entrar na realidade do dia a dia. Mesmo que de forma tímida, o tema é abordado com frequência nas empresas, e vem sendo aplicado em diversos contextos possíveis.
Embora a temática tenha ganhado voz nas mídias sociais, nas associações de bairros e em outros ambientes que dão voz às minorias, nas empresas as práticas inclusivas e voltadas para a diversidade não tardaram a surgir. Isso não quer dizer, porém, que foi fácil fazer mudanças na cultura organizacional de muitas instituições. Afinal, embora haja necessidade urgente de mudanças, preparar o terreno para elas é o que garante que os benefícios trazidos por elas não serão voláteis.
No Brasil já tivemos muitos avanços nessa seara, mas o caminho ainda é longo e demanda atenção por parte de gestores, profissionais de RH, presidentes, líderes de equipe e CEO das organizações.
Quanto antes, melhor. Pra todo mundo.
Existe diferença entre diversidade e inclusão?
Uma das grandes confusões ao levantar o tema no local de trabalho é achar que diversidade e inclusão são a mesma coisa. Apesar de serem tratados sempre juntos, os conceitos são diferentes. Cada um deles merece um olhar mais cuidadoso da liderança de forma a não comprometer o progresso da empresa.
Então, o que é diversidade?
De maneira geral, a diversidade é a reunião de tudo aquilo que apresenta inúmeros aspectos e que se diferenciam entre si, como biologia, cultura e ética, entre outras.
No ambiente de trabalho, a diversidade é a variação das características pessoais, físicas e sociais dos colaboradores, incluindo suas idades, etnias, classes sociais, deficiências, religiões, capacidade intelectual, gêneros e orientação sexual, entre outras categorias.
Vamos combinar que a nossa sociedade é bem diversificada, né? Como diz com muita propriedade o Mundo Bita – e sei disso porque, agora, minha vida é escutar todas as playlists do YouTube Kids – “tem gente de tudo que é jeito em qualquer nação (…)”.
Dessa maneira, não dá para fechar os olhos ao diferente, achando que no local de trabalho todos devem ser, agir e pensar de forma igual. Uma postura mais plural por parte das organizações acolhe os colaboradores em suas diferenças, o que é super positivo para o negócio. Afinal, favorece o aprendizado, a inclusão e semeia o solo para atitudes de tolerância, além de amadurecer as relações interpessoais na equipe.
E a inclusão? O que ela significa?
Se, por um lado, a diversidade valoriza e acolhe as características de cada funcionário, por outro temos o conceito de inclusão, que visa justamente criar normas e procedimentos de integração dos indivíduos em seu local de trabalho.
Por isso, não adianta abrir as portas para a diversidade se não houver políticas que combatam a exclusão de determinados grupos sociais. O mundo ainda é intolerante, e ações excludentes podem acontecer de forma velada, o que demanda atenção em dobro. Deixar de dar uma promoção ou um aumento significativo para um funcionário com deficiência só porque ele tem uma limitação é um exemplo do preconceito empresarial.
A inclusão busca valorizar a todos, oferecendo as mesmas oportunidades e proporcionando um ambiente de trabalho confortável e justo. Nele, ninguém se sente excluído por ser quem é.
Como promover diversidade e inclusão no ambiente de trabalho
O mundo está propondo a discussão de assuntos que, até algum tempo atrás, não eram prioridade. Incluir grupos minoritários nas organizações está entre eles. A prática não pode ser considerada um ato de filantropia, apenas para que as empresas fiquem bem na fita e promovam o selo de responsabilidade social.
Abraçar a diversidade e inclusão é uma prática urgente, que proporciona dignidade, condições justas, acesso às mesmas oportunidades e, sobretudo, respeito às diferenças. A empresa que pretende fazer isso com embasamento e perenidade deve agir de forma planejada e transparente. É preciso que todos entendam o que é um comportamento discriminatório e como denunciar o menor sinal de exclusão ou preconceito.
Na maioria das vezes, brincadeiras desagradáveis, que expõem o outro ao constrangimento, são realizadas por pessoas que alegam não ter consciência de que a diferença é importante para desenvolver uma sociedade mais inclusiva e livre de preconceitos.
Para que a organização alcance resultados adequados e sustentáveis, é indispensável criar programas e treinamentos e contemplem todos os colaboradores de forma constante, abrangente e ininterrupta. A ideia é que, com o passar do tempo, as pessoas comecem a olhar a situação com naturalidade e sejam multiplicadores das diretrizes inclusivas.
Veja algumas possibilidades para a aplicação correta dos conceitos de diversidade e inclusão nas empresas:
Focar em conteúdos educativos
Piadas racistas, machistas, homofóbicas e gordofóbicas podem até serem feitas de forma inconsciente, já que nossa cultura tolerou por muitos anos esse tipo de atitude, mas nada justifica. Aliás, pode render ao “piadista” uma demissão por justa causa – e a empresa pode arcar com custos de indenização a quem é alvo de comentários esdrúxulos. É por isso que o primeiro passo para inserir ações de diversidade é munir toda a empresa de informação, clara e direta, sobre o tema.
É importante que os colaboradores conheçam os conceitos e se conscientizem de atos que impeçam que o outro seja respeitado e ganhe notoriedade. Assim sendo, a empresa deve disponibilizar materiais educativos como cartilhas, vídeos e palestras que tratam o assunto de forma séria, mesmo que venham em uma linguagem leve e didática.
Proporcionar bem estar e segurança
Aplicar diversidade e inclusão no local de trabalho não pode ser uma ação da boca pra fora. As pessoas precisam se sentir seguras, física e psicologicamente, para denunciar comportamentos transgressores. Os intolerantes precisam saber que as políticas adotadas serão cumpridas, inclusive as de demissão, de forma a fortalecer a cultura de inclusão e o respeito dentro da organização.
Aliás, um belo modo de deixar a equipe mais saudável é aplicar políticas rigorosas de respeito à diversidade com o bom e velho lema “os incomodados que se retirem”. Acha que “no meu tempo era melhor, podíamos fazer piada e ninguém achava ruim”? Aplique o lema eterno de “a porta da rua é a serventia da casa”.
Incentivar conversar sobre a temática
Uma maneira estratégica de extrair informações sobre como os funcionários enxergam o tema na organização é criar momentos para estimular conversas entre gestores e equipes. A abertura de espaços de discussão e reflexão é fundamental para acompanhar o andamento das ações, conhecer percepções, identificar problemas e encontrar soluções.
Estruture um setor de diversidade e inclusão
Um assunto tão sério, que vai impactar toda a cultura organizacional, só pode ser tratado por uma equipe de especialistas. Por isso, criar um setor específico para estabelecer e gerenciar políticas e procedimentos sobre o tema diversidade e inclusão é essencial para o desenvolvimento e sucesso das pessoas e da organização.
A criação de uma área para promover diversidade e inclusão traz para o mundo corporativo benefícios e resultados que até pouco tempo eram difíceis de alcançar, tais como:
- Redução de conflitos;
- Aumento da criatividade;
- Clima organizacional favorável;
- Inovação contínua;
- Redução do turnover;
- Melhoria da imagem do negócio;
- Alcance de melhores resultados;
- Construção de uma cultura meritocrática;
- Ambiente de mais respeito e tolerância.
Desenvolver a cultura da empresa dentro dos conceitos da diversidade e inclusão é um ato responsável, humano e de respeito às diferenças. Porém, não é tarefa simples, e tá tudo bem. Antes aceitar o desafio e colher os frutos dessa mudança que parar no tempo e colecionar prejuízos à imagem da instituição.
Antes de movimentar o negócio para essa transição, passe aqui no site da Profissas e se informe sobre o assunto. Temos um vasto material de leitura, além de serviços de desenvolvimento profissional, que vão ajudar a transformar o seu ambiente de trabalho em um verdadeiro desfile de diversidade, tolerância e produtividade.
Afinal, essas coisas andam juntas – e podem aumentar gradativamente a partir de boas práticas.