Carreira

O que não contaram a seus pais sobre trabalho e sucesso

Há quantos anos você nasceu?

Qualquer que seja a resposta para essa pergunta, se você consegue ler esse post, é porque tem idade o suficiente para ter visto vários conceitos mudarem ao longo dos anos.

Muito disso se deve às novas tecnologias, é verdade, mas uma das grandes mudanças da sociedade em seu tempo particular de vida se deve à percepção do trabalho pelo ser humano.

Se conversarmos com pessoas de gerações anteriores à nossa, como pais e avós, teremos respostas diferentes sobre as expectativas e sonhos de carreira da juventude delas. Nossos avós gostariam muito de poder encontrar um bom emprego, que sustentasse a família. Nossos pais queriam estabilidade profissional e financeira, valorizando a estadia em um único emprego até a aposentadoria.

Nossa geração se divide entre as pessoas que querem empreender e as que não ligam de trabalhar para outras pessoas, desde que seja em iniciativas desafiadoras, onde possam aprender diversas coisas novas, inovar e gerar valor à vida de outras pessoas.

As próximas gerações já estão preocupadas em tirar o melhor proveito possível da era da informação: pergunte a alguma criança o que ela quer ser quando crescer e ela provavelmente te dirá que quer ser YouTuber. A necessidade de impactar nossos semelhantes continua firme e forte, criando novos propósitos e novas expectativas de carreira.

E onde queremos chegar com tudo isso?

Como nossos pais

Quando os Baby Boomers começaram a surgir, logo após a Segunda Guerra Mundial, o plano de seus pais (nossos avós) para a vida dos filhos era outro. O mundo passava por uma fase onde a sobrevivência só poderia estar plenamente garantida através de trabalho duro, de preferência em um país em paz.

Desenvolver as competências para isso era importante, mas nem sempre as pessoas tinham escolhas: o que garantisse o sustento é o que seria feito, fosse o que quisessem desenvolver (como cursar uma faculdade) ou o que tivessem em mãos naquele momento.

As pessoas que tiveram oportunidade de estudar um curso superior o fizeram sem a menor pretensão de mudar de área no meio da vida. O orgulho era ter uma carteira de trabalho com apenas uma assinatura, e não porque a pessoa ficaria desempregada, mas sim porque aquele seria seu único emprego até a aposentadoria.

É até difícil imaginar que essas pessoas criaram a geração Y, que veio no fim dos anos 1980, cheios de ansiedades e vontade de fazer tudo-ao-mesmo-tempo-agora, essa geração somos nós, que buscamos crescimento profissional sem sacrificar, para isso, nossos sonhos.

Hoje, muitos de nós se formaram em engenharia, mudaram para gastronomia e viram amigos comunicadores virarem empresários. Os médicos apostaram na carreira paralela de som, os sommeliers quiseram estudar turismo. Advogados fazem artesanato. Artesãos estudam economia.

Não há mais regras sobre o limite de coisas que cada um pode ser, e nem está escrito em pedra que deve-se exercer a mesma profissão desde o dia do vestibular até a alforria da aposentadoria.  

Nessa toada, há membros da nossa geração que tem até urticária em pensar ficar, para sempre, sentados em um escritório desempenhando funções repetidas. A viagem pela evasão de fronteiras acabou virando a viagem pela experiência.

A ostentação do “eu tenho” virou a expressão do “eu quero”.

Mas, filosoficamente falando, ainda temos um traço importante dos Baby Boomers: a responsabilidade.

Mesmo que não tenhamos nenhuma pretensão de virar pedra dentro de uma empresa, acreditamos em nós mesmos de uma forma madura, focada em resolver problemas.

Estabelecemos metas, estudamos, buscamos nos aperfeiçoar, nutrimos talentos e temos uma vida social que nos permite respirar, de vez em quando, no meio dos furacões em que nos metemos. Assim, esperamos com menos entusiasmo a aposentadoria, porque fazemos o que queremos agora, tentamos viver ao máximo o presente e o máximo da construção do nosso futuro se dá com a aquisição de novos patrimônios, mas nem sempre antes dos 30 anos (como nossos pais almejavam em sua época).

Tudo isso tem um lado muito bom, mas também tem um lado ruim: a ansiedade pelo sucesso, por ser bem-sucedido, é uma coisa que ultrapassou gerações. A nossa responde a ela, muitas vezes, com episódios precoces de depressão.

O que precisamos, agora, é trabalhar esse lado negativo para que a ansiedade não seja uma herança para as próximas gerações, que vão enfrentar um mundo ainda mais diferente em termos de desenvolvimento profissional. Muitas profissões nem existirão dentro de cinco anos! Outras, que serão muito importantes, ainda nem nasceram.

Esse movimento de carreira nos faz pensar no que ainda não conhecemos do mercado – coisa que nossos pais também não sabiam na época deles e que, agora, nos parece tão claro.

O que não contaram aos nossos pais sobre sucesso?

O que eles não ficaram sabendo é exatamente o que precisamos passar para nossos filhos para que eles não sejam tão frustrados ou ansiosos quanto nós fomos, ou somos.

E, com essas lições, aprender a levar os (muitos) anos produtivos que ainda te restam com mais leveza, criatividade e propósito. Só assim você vai continuar fazendo o que deve ser feito com dedicação e ousadia.

#1 Você não precisa ser rico antes dos 30 anos

#2 Aliás, você descobrirá que rico é quem tem tempo

#3 Trabalhar em uma mesma empresa toda a vida é bacana, desde que você goste muito dela

#4 E, mais do que isso, tenha seu trabalho como espelho do seu propósito de vida

#5 A bem da verdade, propósito é a única coisa que deveria te mover – pois é o que vale seu tempo

#6 E é disso que você vai falar para seus filhos

#7 Não faça da troca anual de carro uma meta na sua vida. Há coisas mais interessantes para fazer com seu salário do que isso

#8 E não ache a demissão o fim do mundo. Se você for bom, tem muitas outras empresas que te querem no mercado de trabalho.

#9 Procure estar mais em casa, com seus filhos, do que no escritório. Quando tiver seus netos, vai ver o quanto esses momentos são importantes e se arrependerá de não tê-los vivido. No final, essa flexibilidade é o que terá definido o sucesso para muitas pessoas.

#10 O sucesso não é uma meta para as grandes coisas, mas para cada e pequena conquista.

E aí, você já está pronto para impactar as futuras gerações com o seu conhecimento sobre mercado e sucesso?

Lembre-se de se atualizar sempre dentro do seu propósito e das suas habilidades. Só assim você não se sentirá triste no dia em que se deparar, no futuro, com um texto sobre “o que não contaram para a geração Y sobre trabalho e sucesso”…

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