Não sei você, mas às vezes eu me pego em crises mentais com um mundo de informações, ideias, métodos, textos, eventos, networking, vídeos, fotos que aparecem pra mim o tempo todo. E o que poderia me trazer um gás a mais de criatividade e me ajudar a fazer meus projetos acontecerem parece que me trava ainda mais. Não sei pra onde ir, no que começar, qual a ideia melhor, simplesmente quero jogar tudo pro alto, gritar e sair correndo.
Espero não ser a única a passar por isso. E vim dividir com você este momento, pra mostrar que você não está sozinho(a). E que, além de dicas para você desenvolver a criatividade, tirar ideias do papel e assim por diante, você também pode parar, respirar fundo e deixar a explosão de informações que te cercam se distanciar de você por um tempo.
Não quero tomar muito do seu tempo, mas quero fazer você refletir, assim como eu, e avaliar o que realmente é essencial no seu dia a dia para que sua criatividade não se perca.
Não para, não para, não para não!
Século 21, ser adulto, empreender, tirar ideias do papel, geração X, Y, Z. Todos esses termos ouvimos o tempo inteiro, e a cada dia mais informações chegam até nós criando o senso de emergência e a necessidade de estar sempre fazendo algo para ter autodesenvolvimento e alta-performance.
Ser criativo nos passa a sensação de que é preciso estar no gerúndio o tempo inteiro (e se você não gosta de português não brigue comigo, você vai se lembrar do seu professor falando: os verbos terminados em NDO são ações que você está realizaNDO no momento). Mas aí, desenvolvemos a crença de que esses verbos para criar tem só a ver com: pensando, trabalhando, idealizando, empreendendo, empoderando, etc. E nos esquecemos que eles também podem ser: desconectando, refletindo, inspirando, pausando, etc.
Acredito que mudar a chave da crença da criatividade pode transformar nosso dia a dia e dar um up em nossos processos criativos.
Se desconectar não é só é importante: é necessário
Estava lendo um livro esta semana que super indico a você (Picos e Vales – Spencer Johnson). Não vou contar muito, mas nele o autor fala sobre o Platô, um lugar fora dos picos e vales da vida, longe dos momentos bons e cheios de ideias, e dos momentos de crises e dificuldades. Um lugar neutro, pra que a gente possa descansar, renovar e refletir sobre a vida e sobre o que você quiser. Não necessariamente buscando respostas, soluções para problemas e ideias, mas se auto conhecendo, se esvaziando desse boom informativo que é o nosso mundo, buscando sua própria essência.
Além desse livro, assisti uma palestra da Juliet Funt, que fala sobre o WhiteSpace, que mais do que nunca, confirmou essa ideia de espaços em branco, pausas que precisamos ter nessa loucura de vida que temos. Pode soar estranho, mas a criatividade nem sempre se encontra em baldes de cores.
O WhiteSpace é uma pausa estratégica entre as atividades. Pode ser usado em pequenos goles tão pequenos quanto dois segundos ou em alongamentos mais longos. Estas pausas pensativas, atadas através da ocupação do dia de trabalho, são o oxigênio que permite que todo o resto pegue fogo. O WhiteSpace pode ser recuperativo; para reiniciar seu cérebro e corpo exaustos. Também pode ser construtivo; esse é o tempo gasto na geração de resultados de negócios por meio de introspecção, estratégia e pensamento geral.
Para saber mais: http://www.whitespaceatwork.com
Como encontrar o seu whitespace
Bom, eu comecei a fazer isso mais vezes, buscando o meu Platô pessoal, meu WhiteSpace. Ainda estou em processo, mas te garanto que mais do que buscar informações que desenvolvem sua criatividade, espaços em branco, pausas na música, inspirar fundo, vão trazer insights que você nunca imaginou.
Vou dar algumas dicas a você para encontrar seu whitespace durante os seus processos criativos, que poderão te ajudar a encontrar o seu WhiteSpace, o seu Platô, ou o nome que você quiser dar para estes momentos. (Lembre-se: Não é uma prática de meditação, não é foco específico, mindfulness, nada disso).
- Escolha fazer uma pausa na correria (independente se você faz uma coisa de cada vez, ou várias), tire várias pausas, de 5, 10, 15 minutos durante o dia. Não queria trabalhar sua mente por muito tempo seguido, é como se você tampasse o nariz e esperasse ficar roxo pra respirar novamente.
- Quando tirar suas pausas, dê liberdade para fazer algo sem planejar, sem concentrar seu pensamento em algo pré-estabelecido. Exemplo: Se você tem um cachorro e vai passear com ele, não pense no caminho antes, se der, leve ele sem coleira, não planeje, só vai!
- Escute uma música aleatória, vá em um lugar diferente, fale com alguém que não fala faz tempo, saia da rotina sem planejar ela. Talvez se você não for metódico isso vai ser mais fácil, mas se for, vai querer me bater. Mas acredite, WhiteSpaces, Platôs, são essenciais na vida. Nenhum corpo é feito pra viver de forma rígida e planejada pra sempre, essa é a graça da vida.
Como uma amiga me ensinou: O plano é não ter plano. Não que seja desnecessário planejar, mas para desenvolver a criatividade em nossa vida, planejar tudo não é a solução.
E aí, o que achou? Que tal contar como isso funcionou pra você?