Americanas S.A, HP e Nubank são algumas das marcas patrocinadoras do Potências Negras Tec, uma realização da Profissas, Escola da Diversidade, e da Minuto Consultoria.
No dia 5 de novembro, das 9h às 18h, abrindo o Mês da Consciência Negra, acontece o Potências Negras Tec. O objetivo do encontro virtual é acelerar a carreira de pessoas pretas e pardas na área com o maior número de oportunidades de trabalho disponíveis, a de tecnologia.
Quem quiser participar pode se inscrever gratuitamente pelo site www.potenciasnegras.com.br. A expectativa é que 15 mil pessoas marquem presença.
A segunda edição do Potências Negras Tec vai mais a fundo no universo da tecnologia, com um mergulho em áreas de destaque como data analytics, programação, inteligência artificial, metaverso, marketing digital e muito mais.
Serão mais de 10 horas de programação, entre palestras, painéis, entrevistas, atrações culturais, além de um momento especial de conexão entre talentos e empresas patrocinadoras.
No palco, estarão referências negras como, Mafoane Odara, psicóloga e executiva de recursos humanos na Meta, Letícia Vidica, apresentadora e idealizadora do CNN no Plural, Luanna Teófillo, CEO do Painel Bap, Nathally Souza, desenvolvedora na ThoughWorks, Ian Black, CEO New Vagas, além de Ana Minuto e Sônia Lesse, referências em diversidade etnico-racial.
A jornada Potências Negras, em suas últimas três edições (Summit, Tec e Mulheres), já reuniu mais de 50 mil pessoas. A comunidade é uma cocriação da Profissas, escola focada em desenvolver talentos e criar espaços mais inclusivos nas empresas da Diversidade, e da Minuto Consultoria, focada na pauta negra.
No encontro, os participantes poderão se conectar com oportunidades das empresas patrocinadoras, como Via, Zup, Nubank, EY, Banco BV, Americanas S.A, Ame Digital, HP, Uber, Gran Cursos Online e Learning Village. Algumas dessas marcas terão estandes virtuais, na hora do almoço, que serão divulgados durante a transmissão ao vivo.
Além de descobrir que a tecnologia vai muito além de gostar de programação e os caminhos para ingressar nesse mercado, o Potências Negras Tec e empresas parceiras vão proporcionar momentos de cultura, entretenimento e benefícios especiais, por meio de parceria com as escolas de tecnologia How Bootcamps e Gama Academy, que vão ofertar vagas para formações imersivas, acessos gratuitos à plataformas educativas e muito mais. Para quem curte cuidar da beleza, tem ainda centenas de hidratantes de brinde da Sallve e outras surpresas.
O objetivo do Potências Tec é desafiar o status quo e criar ambientes mais inclusivos, plurais e equânimes nesse mercado. Se o setor vai moldar as próximas gerações de profissionais, as pessoas pretas e pardas também precisam ser incluídas nesse cenário.
“Acredito que a tecnologia é muito importante para a emancipação da população negra. Quando a gente olha para o futuro e vê que, em poucos anos, 50% das profissões que existem hoje deixarão de existir, sabemos também que a população negra vai ficar desempregada, à margem da desigualdade racial. Queremos um mercado equânime e o nosso evento vai mostrar que é possível”, destaca Ana Minuto.
Precisamos falar sobre a desigualdade racial no mercado de trabalho
Podemos dizer que o mercado de trabalho em geral ainda é excludente: mulheres, pessoas com deficiência, pessoas negras, LGBTQIA+, entre outros grupos ainda são sub-representados. E a falta de ocupação desses grupos nas empresas é ainda maior quando olhamos para cargos de liderança. Na área da tecnologia, infelizmente, não é diferente.
“Sabemos que a luta pela equidade não é de hoje e está longe de acabar. Para isso, é preciso analisar a sub-representação de raça no trabalho. Nesse sentido, já que o futuro do trabalho está ligado às tecnologias, precisamos trabalhar e lidar com as vulnerabilidades da comunidade negra para que ela tenha acesso a essas áreas como todas as outras pessoas. Dessa forma, é necessário unir esforços da sociedade para discutir esses problemas e traçar estratégias em médio e longo prazo, com medidas que vão resolver, de fato, o abismo da desigualdade racial na educação e nas empresas, afirma Sônia Lesse, sócia-diretora na Profissas.
Infelizmente, são poucos os estudos e pesquisas que tratam da diversidade racial dentro do segmento de empresas de tecnologia no Brasil. Um desses levantamentos é o Potências Negras Tec, realizado pela jornada Potências Negras e Shopper Experience.
O estudo contou com a participação de 2693 pessoas (1528 pessoas negras e 1165 outras raças), entre junho e julho de 2021, e mostra que 59% dos negros não trabalham na área de tecnologia, mas têm interesse em atuar nela.
E, quando falamos de falta de oportunidades no mercado de trabalho, a maior taxa de desemprego está entre os negros (20%), enquanto entre os brancos a taxa é de 12%. Na liderança, ainda de acordo com a pesquisa, somente 29% das pessoas negras que trabalham com tecnologia têm cargo de gerência ou direção. Entre brancos, o índice é de 46%.
O levantamento trata ainda das barreiras que pessoas negras possuem para ingressar no mercado de tecnologia. Para se ter uma ideia, dois entre cada 10 negros entrevistados não tem interesse em estudar na área, pois não enxergam oprtunidades (29%), não dominam o inglês (21%), ou consideram o investimento elevado (15%).
Esses e outros indicadores mostram que as dificuldades para entrar no mundo digital são maiores para pessoas negras, além de constatar que a descriminação racial está presente em todos os âmbitos da sociedade, inclusive, no mercado de trabalho.
Outro estudo é o Quem Coda o Brasil?, do PretaLab (Olabi), de 2019 – instituto que mapeia e incentiva a participação de mulheres negras em ambientes de tecnologia.
Enquanto 54% da população brasileira é formada por pessoas pretas e pardas, somente 36,9% dos profissionais que responderam a pesquisa se declararam deste grupo. Enquanto 32,7% dos entrevistados disseram não ter nenhuma pessoa negra em sua equipe.
O mesmo estudo revelou, ainda, que o perfil das pessoas que trabalham em tecnologia é preponderantemente jovem, com 77% dos entrevistados na faixa etária entre 18 e 34 anos. E também é concentrado nas capitais do país, com 65% do total.
Para se ter uma ideia, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 40% dos estudantes de tecnologia são homens brancos e, entre a população negra, há três vezes mais homens do que mulheres atuando na área. A tecnologia passou por um processo comum a vários segmentos: o apagamento, por exemplo, de pessoas pretas.
“Mais de 420 mil vagas serão abertas na área de tecnologia até 2024, mas formamos apenas 42 mil pessoas por ano para atuarem no segmento. Quando colocamos os marcadores sociais em evidência, sabemos que o desafio de incluir é assustadoramente maior”, completa Sônia Lesse, sócia-diretora da Profissas.
Sobre a Jornada Potências Negras
Potências Negras é mais que um evento, trata-se de uma jornada de desenvolvimento com foco na população preta e parda, cocriada por Profissas e Minuto Consultoria.
A trilha começou em março de 2021 com o Summit, e segue com conteúdos mensais e experiências criadas especialmente para a comunidade negra. Para se ter uma ideia, as ativações do Potências Negras já impactaram mais de 5 milhões de pessoas e impulsionaram um número superior a 50 mil em suas iniciativas.
Serviço – Potências Negras Tec
Data: 5 de novembro de 2022
Horário: 9h às 18h
Investimento: gratuito
Inscrições: www.potenciasnegras.com.br