Quando a pauta tem a ver com grupos sub representados, toda conquista é relevante e um passo em prol da igualdade. É por essa razão que o Dia Nacional da Visibilidade Trans é destacado no calendário no dia 29 de janeiro.
Tudo começou em um ato no Congresso Nacional, em que travestis e transexuais lançaram a campanha “Travesti e Respeito”, em parceria com o Programa Nacional de IST/AIDS do Ministério da Saúde.
A campanha ocorreu na data de 29 de janeiro de 2004 e, desde então, foi oficializada como o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Além de celebrar o direito à vida, a data chama a atenção para os crimes de ódio que são cometidos contra a população trans.
Qual a importância do Dia da Visibilidade Trans para a sociedade?
O tema marca a trajetória da luta de transexuais e travestis pela inclusão social, ampliação de direitos e reconhecimento e respeito às transgeneridades.
Além de ficarem à margem da sociedade e serem discriminados por uma situação que diz respeito somente a eles, a população trans passa por uma situação ainda mais séria: violência.
De acordo com o levantamento realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transsexuais do Brasil (Antra) e pelo Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE), somente em 2020 foram assassinadas 175 pessoas trans, apenas um pouco abaixo dos registrados em 2017, que foram 179 vítimas.
Ainda segundo pesquisa da Antra, em 2021 o número caiu com pouca expressão, com registro de 140 mortes. Dessa forma, pelo 13º ano consecutivo, o Brasil se manteve no ranking dos países que mais matam pessoas trans.
Além do número expressivo, são mortes violentas e cruéis, que muitas vezes nem chegam a ser notificadas aos órgãos públicos.
Segundo o Núcleo de Defesa dos Direitos Homoafetivos e Diversidade Sexual da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, em muitos casos, quando a morte é notificada, não se observa a verdadeira identidade de gênero das vítimas.
Em outras palavras, isso significa que travestis e transexuais constituem um grupo vulnerável à morte prematura no Brasil, com expectativa de vida de 35 anos.
A assustadora estatística em relação à violência destaca a necessidade de criação de políticas públicas focadas na redução de violência, preconceito e homicídios cometidos contra o grupo.
Por tudo isso, o Dia Nacional da Visibilidade Trans busca trazer um olhar mais inclusivo, tanto quanto permitir acesso a oportunidades e direitos.
Aqui falamos em abraçar as mais diversas áreas como emprego, saúde, justiça e, principalmente, liberdade para existir e ver sem rótulos ou qualquer artifício que esconda sua identidade.
Como a visibilidade trans pode ser trabalhada nas empresas?
A diversidade e inclusão é uma pauta séria que vem sendo adotada como estratégia em muitas organizações, justamente por representar um grande diferencial competitivo.
Contudo, de nada adianta levantar a bandeira da inclusão, mas não contemplar os colaboradores trans. Além de integrar esses profissionais nos processos seletivos, é preciso criar uma estrutura para recebê-los.
Então, se você deseja montar um time diverso, não só precisa contratar pessoas competentes, como, também, preparar a empresa para recebê-las.
A seguir, confira as ações que listamos que vão auxiliar seu negócio a adotar práticas mais inclusivas e dar mais visibilidade para as pessoas trans.
Palestras, capacitações e eventos
O preconceito é estrutural em nossa sociedade e, por isso, não acabará de uma hora para outra.
Contudo, a informação é uma poderosa arma de transformação, capaz de disseminar conceitos e ideias para desconstruir estereótipos, preconceitos, estigmas e desconhecimento.
A realização de palestras, cursos, capacitações e eventos temáticos é um recurso importante que pode ser adotado pelas empresas.
Isso porque eles conseguem trazer interdisciplinarmente temas e realidades e, ao mesmo tempo, educar, informar corretamente e combater o preconceito de maneira informal e até descontraída.
Convide pessoas trans para falar, elucidar casos, contar sua própria história de vida ou mesmo qualquer outro assunto relevante para o negócio. Isso ajuda no engajamento com os demais públicos, criando empatia e aproximação.
Utilize e insira o nome social e o pronome nos registros dos colaboradores
Muita gente não sabe, mas desrespeitar o nome social ou retificado de alguém é considerado crime de transfobia, cabendo processo e indenização.
Para evitar constrangimentos e gastos desnecessários, tenha um campo de atualização que contemple esses dados.
Assim, a pessoa trans vai inserir o nome com o qual ela deseja ser chamada e o pronome de tratamento correto.
Uso do banheiro
Impedir que uma pessoa trans utilize o banheiro do gênero com o qual se identifica também é crime.
Por isso, informe a todos da empresa que é um direito assegurado pela Lei 7.716/89, artigo 4, parágrafo 10. Outra opção é implementar banheiros unissex e promover debates que permitam a mudança cultural na empresa.
Reconheça o desempenho do profissional
Não adianta contratar a pessoa trans só para ficar bem na fita, mas não ter a intenção de vê-la crescer na organização.
Como profissional, ela não se difere em nada dos demais colaboradores. Ou seja, se houve destaque e melhoria no desempenho, nada mais justo que promovê-la.
Do contrário, além de cometer preconceito, você atrapalha a imagem do seu negócio e sua credibilidade.
Conte com uma parceria de sucesso
Para que você tenha um programa sólido e que envolva toda a empresa, é preciso contar com pessoas que entendam do assunto: diversidade e inclusão com foco em pessoas trans.
Por isso, saiba que a Profissas pode te ajudar nessa jornada! Nosso papel é encontrar, mediar e compartilhar os conhecimentos e habilidades necessários para que a sua organização se adapte às mudanças de cenário e conquiste os melhores profissionais.
A diversidade e inclusão é o que vivemos diariamente, por isso levamos experiências educativas empoderadoras para as empresas que entendem que esse tema faz parte da sua estratégia de crescimento, inovação e responsabilidade social.
Venha conversar com a gente e conhecer nossos programas!