O que você sabe fazer – e faz tão bem que poderia até cobrar por isso?
Geralmente a primeira resposta que nos vem à cabeça é aquela para a qual direcionamos toda a nossa carreira: um publicitário vai falar que sabe pensar em estratégias de comunicação assertivas o suficiente para vender um produto e serviço, um médico dirá que se especializou em alguma área da saúde, um advogado dirá se é melhor fazendo a defesa em um tribunal ou redigindo processos dentro de um escritório.
É por isso que todas essas pessoas, e você, têm um emprego: porque se dedicaram a estudar, aprender e testar alguma coisa para que isso pudesse ser oferecido no mercado em troca de salários, clientes e outros benefícios.
Por outro lado, não é só aquilo que você aprende na faculdade que deve ser levado em consideração na hora de montar um currículo para a empresa dos sonhos. Ao contrário: a vida ensina muito, e desde pequenos desenvolvemos habilidades que podem ser tão valiosas aos nossos contratantes quanto o estudo prévio que tivemos.
Um exemplo é que o seu curso de engenharia de automação vai comprovar que você sabe tudo dessa área, mas ele não é o seu limite: se você for um bom líder, um ouvinte cuidadoso, um estrategista sensacional ou uma pessoa de capacidade proativa fora do comum, nenhum diploma de faculdade pode atestar isso. Quem pode atestar isso é você – mas, se a futura empresa ainda não te conhece em ação, não há problema algum em dar um spoiler no currículo.
Habilidades no currículo que podem te render melhores empregos
Uma área cuja demanda cresceu muito no Brasil, ultimamente, é a de cuidados caseiros com idosos. Para ser um cuidador de idosos, a pessoa precisa ter noções básicas da profissão, que podem ser facilmente adquiridas em cursos presenciais ou pela internet.
Porém, não é a teoria que vai definir quem é ou não um bom cuidador de idosos: vão se destacar, nessa vertente, os bons ouvintes, os prestativos, os empáticos com a dor e os limites do próximo e os que terão proatividade em entender quando o idoso precisa de cuidados especializados ou ajuda rápida.
Nesse exemplo, um bom currículo para cuidador de idosos teria o curso feito para o aprimoramento técnico da oferta e as características pessoais do cuidador que, de tão importantes nesse cenário, acabam virando habilidades para currículo.
Para empresas, pequenas, grandes ou multinacionais, algumas habilidades pessoais também podem fazer toda a diferença na hora da contratação. Como o mercado está mudando e tentando se adaptar às novas gerações e suas especificidades, o pessoal de hoje precisa dar conta do recado, e do relacionamento, de maneiras “alternativas”, que nem sempre foram ou serão ensinadas nas faculdades. Dê uma olhadinha nas cinco principais habilidades que podem valer até mais do que barras de ouro do que um diploma e cinco pós-graduações.
#1 Flexibilidade
Se você esteve economicamente ativo no período de 2015 a 2017, viu que a crise econômica pegou muita gente de surpresa, embora já estivesse sendo anunciada há algum tempo. O que vimos foi uma derrocada da economia, empresas fechando, pessoas ficando desempregadas e o desespero nacional indo a níveis colossais.
Muito da culpa disso é nossa, por confiarmos apenas na capacidade técnica das nossas habilidades e não desenvolvermos a flexibilidade, que é justamente a capacidade de adaptação em momentos de crise. No mercado de trabalho, a flexibilidade é a arte do improviso, seja aprendendo coisas novas, que vão possibilitar a atuação em outras frentes profissionais, seja melhorando os preços sem entrar no prejuízo, sendo inovando completamente dentro ou fora de sua carreira.
E flexibilidade não é magia e nem tecnologia, é treino: em vários momentos da vida você pode ser mais flexível através da maneira com que distribui suas tarefas, dialoga com colegas e familiares e até reflete sobre pontos de vista diferentes do seu para melhorar seu poder de argumentação.
#2 Empatia e espírito de equipe
Basta um giro rápido pelas redes sociais para ver que o mundo está cheio de ódio e de pessoas que se preocupam apenas com o próprio umbigo. Dessa forma, ter realmente empatia, ter capacidade de se descolar dos seus pré-conceitos para entender a visão do próximo e, principalmente, jogar para o time, agregando mais à equipe do que tentando segregá-la, são valores caros às empresas ao redor do mundo.
Afinal, é melhor, mais fácil e bem mais rápido chegar a algum lugar quando se trabalha junto. E a noção de como fazer isso é uma boa habilidade para currículo.
#3 Capacidade de liderar
Na mesma onda, saber olhar para um time de pessoas, entender suas limitações e motivações e levar a equipe à vitória é uma habilidade para mostrar aos seus próximos contratantes, principalmente porque encontrá-la não está fácil.
Há muita gente se chamando de líder mas sendo, na verdade, chefe: só quer mandar, desmandar, xingar, gritar pelos cantos e, quando a vitória é certa, receber os louros. Já o líder tem a capacidade de unir pessoas em prol de um objetivo em comum, ajudar a galera a se levantar quando o momento estiver crítico e reconhecer o esforço de seus liderados mesmo quando a meta não foi batida.
Aliás, só um líder de verdade toma responsabilidade por isso ao invés de tentar produzir culpados. Se você tem essa gana toda, é mais uma habilidade que vai enriquecer seu currículo.
#4 Visão de negócios
Todo mundo que procura um emprego quer um emprego, mas poucas pessoas querem pensar como o dono e disponibilizar uma visão estratégica dos rumos do negócio.
Para conseguir colocar essa habilidade no seu currículo, você deve preencher aos seguintes requisitos: não ter medo de cara feia (às vezes você vai falar algo que os outros não querem ouvir), ter capacidade técnica para dar seus pitacos, embasar cada um deles em fatos, dados ou histórico de acontecimentos, não levar absolutamente nada do trabalho para o lado pessoal e estudar, com afinco, as idas e vindas do mercado para o qual você atua.
Se qualquer um desses itens faltar, tente trabalhá-lo antes de dizer que você tem, realmente, como contribuir a partir da visão de negócios. Com todos eles presentes na sua listinha, você tem um royal flush nas mãos. Aproveite e venda essa habilidade no seu currículo.
#5 Autoconhecimento
O mercado de trabalho é um lugar ávido por pessoas que assumam riscos, mas que possam bancar suas apostas. Isso significa que, para que o sucesso seja sempre seu aliado, é preciso entender até onde você pode ir, com os conhecimentos que tem hoje, e até onde pode chegar caso se dedique mais a uma linha de atuação ou de estudo.
O errado, aqui, não é dizer o que não sabe fazer: você deve dizer o que não sabe fazer em uma entrevista de emprego – e se for do seu interesse saber fazer, pode completar dizendo que pretende aprender essa nova habilidade o quanto antes. O errado é assumir que pode fazer algo para o qual você ainda não está qualificado, só por medo de perder a chance do emprego.
Afinal, se um estudante do segundo ano de medicina disser que pode performar, com perfeição, uma cirurgia cerebral complexa em menos de duas horas, teremos exatamente esse tempo para que ele perca o emprego conquistado.
Lembre-se de ter honestidade, conhecer seus limites, conhecer o que pode ir além dos seus limites e contar tudo para aqueles que pretendem te dar uma chance. Às vezes é mais válido dizer que não sabe, mas quer aprender, do que dizer que sabe e não conseguir assumir esse risco na primeira oportunidade.
E, se você quiser saber fazer, e fazer bem, para colocar qualquer habilidade que você queira em seu currículo, conte com os cursos e conteúdos da Profissas. 😉