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A transfobia que sofri no Linkedin: o nome e o pronome de uma pessoa trans não é bagunça

Há alguns dias publiquei mais um episódio da série de vídeos que estou produzindo sobre a importância de respeitar o nome e os pronomes de uma pessoas trans. E foi justamente nessa publicação que sofri uma situação de transfobia escancarada.

Confira o vídeo: 

 

Talvez você já tenha escutado a seguinte frase: “Nome social? Isso é frescura!”. Vamos lá: Como expliquei na série de vídeos, uma pessoa trans muitas vezes não sente identificação com o nome que seus pais ou responsáveis deram no seu nascimento. Além das dores que nascem dessa falta de identificação, também existem os constrangimentos ligados ao “nome antigo”. 

Por exemplo, já perdi as contas das vezes que fui até uma consulta médica e anunciaram o “ meu nome antigo” em alto e bom som para todo mundo escutar. Essas situações sempre foram muito constrangedoras e incômodas. 

E todo esse desrespeito com nossos nomes é extremamente perigoso para nossa saúde mental. Para você ter uma ideia, um estudo publicado no site Journal of Adolescent Health demonstrou uma  relação forte entre o respeito ao nome de pessoas trans e a prevenção ao suicídio. A pesquisa entrevistou cerca de 129 jovens transgêneros, mostrando que:

“aqueles que  podem usar o nome escolhido em diversos ambientes apresentam até 71% menos sintomas de depressão, pensam 34% menos em suicídio, e têm o risco de tirar a própria vida reduzido em 65%. Esses números são  em comparação aos entrevistados que são constantemente chamados de outras formas. Esses dados são muito relevantes”

Se você realmente quer ser aliade da comunidade trans, então NÃO FAÇA essas perguntas:  

“Qual é seu nome de verdade?” 

Meu nome de verdade é Arthur Bugre. É o nome que me identifico e me sinto bem. O seu papel aqui é apenas respeitar isso. 

“Qual era o seu nome antigo?”

Como expliquei acima, muitas vezes o “nome antigo” pode causar muita dor e constrangimento para uma pessoa trans. Então pensa comigo: para que vamos ressuscitar o “nome falecido” e, com ele, todas as dores apenas para matar sua curiosidade? Não faz sentido. 

E tem mais! Não diga essa frase:

“Decidi que não vou te chamar de Arthur, vou continuar te chamando pelo nome antigo”. 

De forma bem didática:

Essa decisão não é sua! Sabe a frase “nem tudo é sobre você!”? Então ela se encaixa muito bem aqui. Como já falei, seu papel aqui é apenas respeitar o nome e o  pronome de uma pessoa trans. 

Já passou da hora de humanizar e naturalizar nossos corpos, nossas vivências, nossos nomes e pronomes! 

 

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