Muito tem se falado sobre diversidade nas empresas e o que as organizações estão fazendo para torná-la cada vez mais real. Porém, mesmo que seja um assunto muito debatido atualmente, ainda é um desafio começar a incluir, “de fato”, a diversidade nas companhias.
Diante disso, a área de Recursos humanos desponta como principal agente de mudança. Afinal de contas, esse é um processo que se inicia no momento do recrutamento e seleção e continua durante a jornada do profissional em seu tempo de empresa.
Organizações que buscam viver a pluralidade em sua rotina estão mais perto da inovação, pois o corpo de colaboradores é formado por diferentes pessoas que possuem perspectivas diversas e que podem trazer um novo sentido para os negócios.
Para trazer inovação para dentro de uma empresa, é preciso dar chances para todos os tipos de profissionais, independente de cor, sexo, religião ou classe social. A diversidade promove ideias diferentes e isso, muitas vezes, pode ser bastante positivo na hora de colocar um projeto em pratica.
Mas como ter um RH preparado para essa inclusão? Junto com os líderes e gestores, a área de Recursos Humanos deve ser a promotora de diversidade. E, com isso, algumas ações precisam ser aplicadas.
1) A cultura organizacional deve ter a diversidade como prioridade
O tema diversidade deve estar presente nos valores da empresa e ser vivenciado diariamente por todos os colaboradores. Ou seja, a diversidade precisa ser um dos pilares na política de valores.
Implementar programas ou iniciativas que fomentem a diversidade é algo que depende totalmente da cultura organizacional. Um bom exemplo disso são as empresas que criam um comitê de diversidade para apoiar o time de recursos humanos a garantir processos mais diversos.
Com esse comitê, as empresas poderão debater sobre o assunto, buscar evolução, gerar oportunidades inclusivas e fazer do mercado de trabalho um lugar consciente.
Vale ressaltar que essa cultura só se torna real quando existe estratégias e indicadores do negócio que apontem para tal. Além disso, como a cultura é moldada pelos líderes, de nada adianta contar com boas políticas e ações de diversidade sem que a alta liderança esteja sensibilizada com o tema.
Portanto, o primeiro passo para a construção de uma cultura de diversidade real é envolver a alta liderança, seja pela conscientização social, seja por indicadores que provem a melhora do negócio.
2) Ter uma área de atração e seleção pronta para promover processos seletivos mais justos e diversos
O papel do recrutamento e seleção é fundamental nessa empreitada de mais inclusão e diversidade dentro das empresas.
O processo seletivo deve ser totalmente inclusivo pois, quando limitamos a busca de pessoas ou exigimos muitos requisitos que apenas um determinado grupo consiga atender, excluímos, consequentemente, vários potenciais talentos que precisam apenas de uma oportunidade para desenvolver melhor as habilidades.
O time de seleção deve pregar que as empresas também precisam assumir seu papel de agente de transformação na sociedade, possibilitando que os profissionais possam se desenvolver no dia a dia do trabalho, oferecendo cursos e capacitações.
Hoje, muitas empresas já praticam recrutamentos inclusivos usando métodos de seleção como Blind Process e Skill Capture, que são métodos que evitam que a seleção possa ser enviesada (de maneira deliberada ou inconsciente) por atributos de gênero, sexualidade, etnia, condição socioeconômica e idade.
Entretanto, muita coisa ainda precisa ser feita, e a inclusão deve estar cada vez mais presente na rotina do time de seleção.
3) O RH deve promover cada vez mais ações que falem sobre diversidade e inclusão
É importante entender que o assunto não é algo que deve apenas fazer parte do discurso, mas, sim, da realidade e das práticas corporativas.
É fundamental, para implementação da cultura da diversidade na companhia, promover eventos com foco no tema como:
- Palestras;
- Oficinas;
- Workshops;
- Ações de integração de novos colaboradores;
- Entre outras atividades que ajudem a reforçar a importância dessa questão na empresa.
O RH deve ser treinado e cobrado constantemente sobre o tema diversidade e inclusão, pois fazer com que se torne uma pratica é primordial para evolução da empresa em todos os aspectos.
Outro ponto importante é que o RH deve ter total conhecimento sobre o quadro de funcionários da empresa.
Quem são os profissionais que fazem parte das equipes de trabalho? Quantas pessoas negras, mulheres, PCD’s foram contratados nos últimos meses e quantos fazem parte da empresa? Essas mulheres ganham a mesma coisa que os homens? Será que os profissionais com deficiência são admitidos pois a empresa tem isso como politica ou porque é apenas exigido por lei?
Questionamentos como esse são importantes para entender que a diversidade não é apenas um discurso ou jogada de marketing, mas, sim, uma prática que a empresa adotou como essencial para o desenvolvimento do mercado de trabalho e da sociedade.
Todos esses questionamentos devem estar atrelados a questões como representatividade e protagonismo. É fundamental que esse seja um trabalho desenvolvido com foco em lideranças, de modo que, seja possível enxergar pluralidade nesses cargos. Além do mais, líderes são peças cruciais para promover valores e não é possível fazer isso se não há protagonismo nesses cargos.
Existem muitos pontos e aspectos que devemos abordar para trazer esse papel de RH que esteja preparado para receber e propagar a diversidade. Questionamentos são saudáveis e em todo momento precisos.
Hoje, não existe mais desculpas para não ter uma empresa diversa e, com certeza, o RH deve ser o primeiro e principal setor a propagar esse tema.
Diversifique-se!