Diversidade

Café Profissa: B3 e Mercado Livre se reúnem em evento para falar sobre Diversidade e Inclusão

Hoje, dia 29 de novembro, a Profissas, escola da Diversidade e Habilidades Humanas, reuniu representantes da B3 e do Mercado Livre em bate-papo para empresas que querem inovar e expandir os negócios, colocando as pessoas como protagonistas da transformação. 

2º edição do Café Profissa, com B3 e Mercado Livre.

Essas companhias são importantes aliadas na construção de ambientes de trabalho mais inclusivos, representativos e que contemple toda a pluralidade de perfis que compõem a nossa sociedade.

Na segunda edição do ‘Café Profissa’, lideranças e profissionais de RH de grandes empresas se juntaram  para debater “Tendências e aprendizados em D&I e Educação Corporativa ”. O encontro foi realizado no Learning Village (SP), na Rua Harmonia, 1250 – Vila Madalena.

Victor Lembertucci, CEO da Profissas, fala sobre o objetivo do encontro:

“O nosso desejo com o “Café Profissa” e outras ações na Escola da Diversidade é  fortalecer o movimento pra colorir o mercado de trabalho. Para isso, reunimos lideranças, profissionais de RH e Embaixadores de diversas marcas e representatividades pra agir intencional e ativamente por um ambiente corporativo cada vez mais equânime”, destaca.

O Café Profissa teve a presença especial de Alexandre Kiyohara, head de Diversidade da B3, e Ângela Faria, head de Diversidade para a América Latina do Mercado Livre, que  compartilharam caminhos para a área no próximo ano.

Da esquerda para a direita, Sônia Lesse, Alexandre Kiyohara e Ângela Faria.

As empresas convidadas falaram sobre suas ações e planejamento futuro, além de abordar as novas regras propostas pela B3, a Bolsa de Valores Brasileira, que visam ampliar a diversidade em cargos de alta liderança corporativa.

A nossa diretora de Experiências, Sônia Lesse, foi a responsável por mediar o painel e trazer importantes reflexões sobre a pauta da diversidade. Ela, que também é especialista na área, inicia  a conversa perguntando para o head de Diversidade da B3 “como é  se manter atualizado sobre as tendências de mercado e qual o impacto no seu trabalho e na sua liderança”.

Para Kiyohara: “Diversidade por diversidade todo mundo sabe fazer hoje em dia. O que precisamos fazer, de fato, é entender como impactar o nosso mercado, entender o lugar que estou e como mudar esses ponteiros. Para eu poder me planejar, por exemplo, preciso compreender como esse mercado está funcionando e quais são os lugares que eu consigo mexer nesse cenário. Não é simples, pois precisamos estudar muito sobre diversidade e inclusão, já que não se trata somente da minha pauta como pessoa trans, mas também entender a pauta de outros indivíduos e suas interseccionalidades”, diz.

Ele acrescenta: “É uma jornada muito solitária fazer parte de um grupo da diversidade e trabalhar com diversidade. Afinal de contas, olho para o lado e não vejo pessoas de grupos representativos trabalhando na mesma posição e nos mesmos lugares que estou. Por isso, como liderança, tento olhar para outras pessoas que estão vindo depois de mim para desenvolvê-las e dar o dar esse protagonismo. Nesse processo, é necessário estar atento às tendências, estudar, avaliar o mercado e ver como a minha empresa e as outras companhias estão errando e acertando na temática da diversidade e inclusão. É imprescindível fazer isso, pois diversidade e inclusão é um movimento do mundo e do futuro”, destaca. 

Em conversa, Kiyohara diz que B3 evoluiu muito desde que começou a trabalhar a pauta de Diversidade e Inclusão, em 2018.

“Vemos, em nossos resultados, a evolução da B3 na pauta. Saímos de 8% de pessoas negras para 24% em 2022. E isso é fruto de um trabalho desenvolvido em várias pontas internamente, que envolve o letramento das pessoas, mudanças de cultura para melhorar os processos de recrutamento e seleção, entre outras ações. Para se ter uma ideia, desde que começamos a trabalhar com currículo oculto, aumentamos e muito a contratação de mulheres, pessoas negras e outros grupos representativos. Reconhecemos que nossos processos atingiram uma certa maturidade interna e queremos levar isso para fora, sendo referência para outras empresas nas temáticas de Diversidade e Inclusão, um reconhecimento que já temos na área de ESG, por exemplo“, explica.

Sônia Lesse, Alexandre Kiyohara e Ângela Faria (da esquerda para a direita), no painel “Tendências e aprendizados em D&I e Educação Corporativa ”.

Ângela Faria conta como as empresas podem avaliar cenários para antecipar riscos e oportunidades em diversidade e inclusão.

“A grande chave, no meu caso com o Mercado Livre, é olhar para o negócio. Já que o Mercado Livre vem de um propósito de negócio que é democratizar o comércio eletrônico e os serviços financeiros para transformar a vida das pessoas na América Latina, o cotidiano da empresa está muito pautado na inclusão. Dessa forma, diversidade não é um diferencial, mas é algo que já faz parte do negócio. Para evitar riscos em nosso trabalho, eu acho que existem alguns caminhos possíveis. Já que somos uma empresa de 40 mil colaboradores, tentamos usar usar o nosso espírito de startup e empreendedorismo. Muitas vezes começamos “pequeno” e testamos alguns elementos antes de fazer com que vire um grande programa e uma ação que aconteça todos os anos. A minha dica para os negócios é: comecem pequeno, vejam e avaliem o negócio a partir dos números já existentes em diversidade e inclusão. Feito o diagnóstico, testem até ver se o objetivo era o que foi pensado. Deu certo, siga! Não deu? Recomece e faça dar certo”, explica.

Faria conta um pouco sobre as metas para 2023:

“Estamos intensificando, cada vez mais, o trabalho de Diversidade e Inclusão no Mercado Livre. Entendemos a importância da pauta e, dessa forma, o nosso papel é influenciar positivamente as pessoas colaboradoras, clientes, fornecedores e também a sociedade no geral. Para isso, em 2023, continuaremos com o foco nos trabalhos de inclusão da diversidade, melhorando e integrando nossos processos, com mais acessibilidade, lideranças inclusivas e outros aspectos que compreendem a temática“, conta.

Durante o painel, Lesse aborda o conceito de cultura inclusiva. Para ela, companhias que viabilizam uma cultura inclusiva entendem que são as diversidades que propiciam a inovação constroem equipes mais motivadas e produtivas.

“Quando uma organização é inclusiva, melhora o clima empresarial e oportuniza uma melhor experiência da pessoa colaboradora em sua jornada de trabalho. Não à toa a diversidade é um assunto muito debatido atualmente no mundo corporativo, crescendo a preocupação das lideranças em promover ambientes de trabalho com mais espaço para pessoas de diferentes culturas e ideias. A companhia deve avaliar o seu modelo cultural, seu posicionamento de negócio, entender quais são as políticas e códigos de conduta da empresa e como eles são conduzidos internamente”, explica.

Para finalizar, Alexandre diz que a chave para a Diversidade e Inclusão é a educação. “Muitas vezes entendemos o que é diversidade e inclusão no tempo errado, mas isso já está mudando. É preciso educar as pessoas desde a infância sobre o que é diversidade e inclusão. Nas empresas, o movimento é institucionalizar a pauta, tornando mais séria e responsável as ações em diversidade e inclusão, com governança, educação corporativa e outros pilares importantes para o desenvolvimento e acolhimento de todas as pessoas colaboradoras”.

Segundo Ângela, “é preciso que as empresas parem de forçar a barra ao trazer a temática da diversidade e inclusão para dentro dos negócios. Antes de qualquer coisa, é imprescindível avaliar os números, fazer um diagnóstico e tornar os processos realmente inclusivos, preparando as empresas para o futuro. Diversidade e inclusão não é “fazer por fazer”, somente para cumprir uma agenda. Diversidade e Inclusão envolvem planejamentos, lideranças inclusivas e comprometidas, letramento e outros pontos que ajudam a impulsionar a área”. 

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