A pandemia de Covid-19 trouxe, além de crises econômicas, o aumento da busca pelo mundo digital. E, além de todos os problemas, também impactou em desafios para promover a inclusão no mercado de tecnologia.
Nesse mundo digital, seja como fonte de renda, busca por informações ou estudo, dificilmente você encontrará alguém que não esteja conectado com a internet.
De antemão, a inclusão digital é o ato de promover acesso a internet a todas as pessoas. Ou seja, ter acesso ilimitado e de qualidade, sendo digitalmente incluído.
Mesmo diante de tantos avanços, o Brasil ainda enfrenta dificuldades para expandir o mercado de tecnologia e assim, promover a inclusão digital. E , quando falamos desse acesso para pessoas pretas e pardas, a inclusão ainda é pior.
A desigualdade racial na tecnologia
Não é novidade para nós que o mercado de trabalho é, em geral, excludente: mulheres, pessoas com deficiência, pessoas negras, LGBTQIA+, entre outros grupos ainda são sub-representados. Na área da tecnologia, infelizmente, não é diferente.
A pesquisa inédita, Potências Negras Tec, realizada pela jornada Potências Negras e Shopper Experience, contou com a participação online de 2693 pessoas (1528 pessoas negras e 1165 outras raças), entre junho e julho de 2021, e mostra que 59% dos negros não trabalham na área de tecnologia, mas têm interesse em atuar nela.
E mais: quando falamos de falta de oportunidades no mercado de trabalho, a maior taxa de desemprego está entre os negros (20%), enquanto entre os brancos a taxa é de 12%. Na liderança, ainda de acordo com a pesquisa, somente 29% das pessoas negras que trabalham com tecnologia têm cargo de gerência ou direção. Entre brancos, o índice é de 46%.
O levantamento trata ainda das barreiras que pessoas negras possuem para ingressar no mercado de tecnologia. Para se ter uma ideia, dois entre cada 10 negros entrevistados não tem interesse em estudar na área, pois não enxergam oprtunidades (29%), não dominam o inglês (21%), ou consideram o investimento elevado (15%).
Durante o estudo, quando perguntamos sobre as formas de acesso à internet, 15% dos negros utilizam provedores informais para acesso à rede. Entre brancos, esse número cai para 7%. Esses e outros indicadores mostram que as dificuldades para entrar no mundo digital são maiores para pessoas negras.
A pesquisa Potências Negras Tec revela ainda que a renda média familiar dos negros é de R$ 6.469. Enquanto para brancos (e 1% indíginas e outras raças) a renda é de R$ 9.728. O levantamento é mais uma constatação de que a descriminação racial está presente em todos os âmbitos da sociedade, inclusive, no mercado de trabalho.
Outras pesquisas
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação – Brasscom, a deficiência começa na mão de obra, pois o país apresenta um déficit de mais de 120 mil vagas no ensino superior, que são voltadas para a tecnologia
Entretanto, essa falta de inclusão no mercado tecnológico, se dá pelos altos custos que são cobrados pelas empresas de internet. De acordo com o IBGE, apenas 71% das residências no Brasil contam com conexão de internet.
Setor de tecnologia brasileiro
A expectativa é de aumento para o mercado de tecnologia. Foi estimado uma crescente de 7% no ano de 2021. É considerado o mercado que mais inclui profissionais qualificados. Acontece que, o número de especialistas diminuiu. Segundo a Brasscom, será necessário especializar cerca de 70 mil profissionais por ano, até o ano de 2024.
Mercado de estudo de tecnologia
As empresas estão cada vez mais se preocupando com o currículo e com as transformações no mercado de trabalho. Isso ocorre pois os recursos tecnológicos estão em constante inovação, o que possibilita que os setores da empresa sejam aperfeiçoados.
Por ser uma área de constantes mudanças, aqueles que buscam se aperfeiçoar e ter mais conhecimento, são os que se destacam.
Mercado de trabalho de tecnologia
Como dito anteriormente, é fundamental seguir as mudanças tecnológicas. Além de profissionais capacitados, a procura é grande por aqueles que saibam lidar com as inovações.
Dessa forma, a instituição certamente alcançará um bom crescimento a longo prazo. Uma dica é apostar no currículo lates.
Essa ferramenta é importante para que os profissionais relatem suas experiências, entrem em contato com outros especialistas, acessem materiais de estudo, sempre por dentro de todas as mudanças.
Como tornar o mercado de tecnologia mais inclusivo?
Inclusão nas empresas de tecnologia é um assunto considerado necessário. E se torna cada vez mais necessário na questão racial, uma vez que pessoas negras são minoria na tecnologia.
De acordo com dados do IBGE, 580 mil profissionais atuam no mercado de tecnologia. Entretanto, apenas 20% são mulheres.
A acessibilidade vem gerando mudanças com a chegada de novos softwares e hardwares, com a finalidade de atender todas as pessoas. Placas e sinalizações que emitem sons em pontos de ônibus fazem com que a cidade se torne mais inclusiva.
A forma como a tecnologia por reconhecimento de voz permite que máquinas sejam controladas apenas por comando de voz facilita o trabalho de pessoas com alguma limitação na mobilidade. Ademais, a inclusão beneficia ainda a reinserção de dependentes químicos, fazendo com que essas pessoas voltem a ter uma vida normal.
Aceitar desafios, entender a diversidade, acreditar em mudança e identificar problemas gerando soluções, são alguns passos para que o mercado de tecnologia se torne mais
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