Desde que o mundo é mundo, a mulher e outros grupos minoritários sempre foram alvos de preconceito, violência física e psicológica, atos discriminatórios e todos os tipos de abusos.
Como se não bastasse essa realidade dentro de casa, elas também a encaravam no mercado de trabalho.
Durante muitos anos, a massa de agressividade era vista como algo único, cujo objetivo era desmerecer e desqualificar o público feminino, tirando dele oportunidades de socialização e crescimento profissional e pessoal.
Embora o machismo, a misoginia e o sexismo tenham significados distintos, tais comportamentos afetam negativamente o dia a dia das pessoas, principalmente no meio corporativo.
Para combatê-los é preciso entender do que cada um trata.
Misoginia é o que, mesmo?
Identificar a misoginia no dia a dia nem sempre é fácil.
Muitas vezes, ela vem disfarçada de brincadeira ou de uma piada “inofensiva”, uma forma de encobrir o verdadeiro sentido dos conteúdos proferidos.
Trata-se de uma palavra de origem grega que significa ódio à mulher a partir de opiniões e atitudes de repulsa e desprezo aos valores femininos.
Assim, a misoginia se instala em diversas esferas da sociedade através de comportamentos agressivos, depreciações, violência sexual, objetificação do corpo feminino e até mesmo a sua morte – crime conhecido como feminicídio.
Um caso bastante conhecido ocorreu durante o Troféu Imprensa em 2017, em que Silvio Santos disse, em rede nacional, que a jornalista Rachel Sheherazade deveria se limitar a oferecer sua beleza e voz para ler as notícias inseridas no teleprompter, sem emitir qualquer tipo de opinião.
O vídeo foi a evidência necessária para que o juiz condenasse o SBT a pagar 500 mil reais de danos morais à Sheherazade.
A misoginia é crime por se configurar uma violência contra a mulher, uma vez que tem o intuito de inferiorizá-la com discurso de ódio e aversão ao público feminino.
E o machismo? É o contrário de feminismo?
Pelo amor da deusa, NÃO!
O machismo é um comportamento preconceituoso expressado por opiniões e atitudes opostas à igualdade entre os gêneros, cuja tendência é o favorecimento do homem em detrimento da mulher.
Na prática, é a crença de que homens e mulheres possuem papéis distintos na sociedade, julgando o público feminino como inferior, tanto em aspectos físicos quanto intelectuais e sociais.
De maneira geral, isso significa acreditar que o ser masculino é mais inteligente, forte e objetivo, enquanto a mulher é vista como fraca, emotiva, indefesa e incapaz de tomar decisões.
Geralmente, o machismo no ambiente de trabalho está ligado às piadinhas que desqualificam a mulher diante do homem, como: “lugar de mulher é dentro de casa” ou “você não consegue conciliar educação dos filhos, cuidados com a casa e vida profissional”, “a gravidez vai atrapalhar seu crescimento na empresa” e assim por diante.
Derrube o patriarcado, acabe com o sexismo
O sexismo é uma atitude discriminatória que define quais usos e costumes devem ser respeitados por cada sexo, desde o comportamento social até a forma de se vestir.
Aquela história antiquada de que “homem veste azul e mulher veste rosa” ou que determinada profissão é voltada mais para o público masculino ou para o feminino.
Em outras palavras, trata-se de uma discriminação baseada em gêneros binários que atribui papéis capazes de afetar a vida de todos os gênereos contidos nas possibilidades de identificação.
Através do sexismo, não importa a idade, sempre vai existir uma regra a ser seguida por um gênero específico.
Alguns exemplos são:
“sentar que nem uma mocinha”, “isso não é coisa de menina”, “não use esse tipo de roupa, você precisa se dar ao respeito” e “você já passou da idade de casar”, entre outros.
Nada de bom vem de nada disso – então, por que insistir nos preconceitos?
É fato que ações hostis afetam todos os gêneros, mas em virtude de uma cultura patriarcal em que vivemos, a mulher costuma ser mais prejudicada.
Comportamentos baseados em misoginia, machismo e sexismo tendem a motivar a violência contra a mulher cis ou trans, seja ela física, psicológica, patrimonial, entre outras.
Isso aumenta a taxa de feminicídio e a dependência financeira feminina.
Quando “passamos pano” em uma “brincadeirinha de mal gosto” com viés nessas três vertentes, estamos validando atitudes que interferem diretamente no ambiente de trabalho e refletem em assédio moral e sexual.
Fora que a diferença salarial entre homens e mulheres em um mesmo cargo segue gritante.
Combater a misoginia, o machismo e o sexismo é um dever de todos, especialmente de quem está no topo da hierarquia empresarial, como CEOs, diretores e demais níveis de gestão.
Afinal, um ambiente que promove o respeito e a igualdade é mais diverso, criativo, inovador e alcança os melhores resultados para a organização.
Profissas na CNN
No último mês, a nossa diretora de experiências, Sônia Lesse, participou de matéria na CNN para falar sobre misoginia no mercado de trabalho.
Infelizmente, uma em cada quatro mulheres já sofreu violência doméstica ao longo da vida.
A misoginia é uma das formas de violência que a mulher sofre no mercado de trabalho e em outras relações sociais.
Frases e atitudes são muitas vezes disfarçadas no dia-a-dia como se fosse uma brincadeira.
Mas a misoginia é crime!
Saiba mais na reportagem abaixo:
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