Houve um tempo em que as principais marcas de consumo, tanto focadas em produtos quanto serviços, tinham uma estratégia bem clara para chegar até o consumidor: aparecer na mídia. É só dar uma pesquisadinha básica no Google para ver que não é nova a moda de fazer propaganda em papel ou vídeo para conquistar as pessoas.
Com o passar dos anos, sair em um veículo de comunicação ficou bem caro: a propaganda no meio da novela em horário nobre custava uma fortuna, a página direita de um jornal ou revista era mais cara que a esquerda, pois o leitor olha primeiro para ela quando passa a página… e por aí vai. E tanto foi que o luxo de estar na TV ou no periódico ficou restrito a empresas que tinham muito dinheiro para pagar por isso.
Dando uma resumida na linha do tempo, senão ficaremos até amanhã falando sobre a história da publicidade através dos anos, as empresas começaram a descobrir formas de mandar seu recado para o consumidor gastando um pouco menos. Os panfletos, distribuídos em sinais de trânsito ou no meio da rua, são um bom exemplo disso.
Os custos eram bem menores e, aparentemente, a marca chegaria para milhares de pessoas, desde que elas recebessem o panfleto. Mas isso era só na teoria, pois na prática a gente sabe bem como funciona: muita gente joga o papel fora sem nem ler. Culpa das pessoas? Não: se elas jogam fora é porque a mensagem não interessa. E se você está comunicando algo a uma pessoa que não é do interesse dela, é a sua comunicação que está errada.
Se por um lado as propagandas eram caras e, por outro, muitas vezes ineficiente, a publicidade pareceu estar em uma sinuca de bico. Até que…
A internet veio para salvar o mundo
Imagine um mundo sem fronteiras de informação que possa atuar como um mercado livre de ideias, serviços e produtos – esse último até que pare na alfândega de Curitiba, é claro. 😉
Esse mundo existe e se chama “internet”, onde, hoje, depois de algumas redes sociais e muitos aplicativos, vivemos a era do marketplace digital. Tudo pode ser comprado ou vendido em sequências de 0 e 1.
A maior parte das empresas continua pagando (dessa vez, ao Facebook, Instagram e Google, majoritariamente) para aparecer para seus consumidores, mas é importante se lembrar de uma coisa: na TV, o horário do comercial é delimitado – então nem todas as empresas cabem nos três minutos vendidos. Os jornais e revistas também têm número finito de páginas.
Isso significa que, em um mundão vasto e sem porteiras ao alcance dos seus dedos, a concorrência é mais acirrada. Disputar a atenção do cliente é algo que se tornou corriqueiro para todas as empresas, e o detalhe está justamente aqui: são todas as empresas, das menores às maiores, com possibilidades reais de atrair o consumidor.
Mesmo que o caminho até a venda seja um pouquinho complicado…
O papel do marketing de conteúdo
Foi pensando em encantar os potenciais clientes de forma a gerar novos negócios que as empresas entenderam o recado dessa tal de internet: se todos estamos em rede para consumir conteúdo, que tal se as marcas gerassem conteúdo de qualidade, que pudesse ser aproveitado pelos clientes e tornasse a marca cada vez mais lembrada em seus pensamentos?
Isso acontece, por exemplo, quando uma marca de chuveiros lança um post no blog te ensinando a como trocar a resistência de um chuveiro. Ela não pressupôs que você tem exatamente o chuveiro dela – e nem que vai comprar um no futuro –, mas criou um conteúdo que fosse importante para você.
Dessa forma, se você ainda não teve nenhuma oportunidade em conhecer aquela marca e/ou se relacionar com ela, a chance acaba de surgir quando você entra no blog ou baixa o e-book com o manual de troca de resistência que ela te ofereceu de graça.
Costumo brincar que, se temos uma conta no Gmail ou no Facebook, já era: oferecemos nossa alma de bandeja ao diabo – e falo isso muito antes do escândalo do vazamento de dados pela empresa do Mark. Aliás, vale lembrar que nem sempre o cruzamento de dados que as empresas fazem para destacar os perfis de usuário são ilegais, muito pelo contrário: a maioria faz seu papel como se estivesse regulamentada para isso.
O importante aqui é saber que, quando você entra num blog, baixa um e-book ou consome qualquer outro tipo de conteúdo de uma empresa, você deixa rastros. A marca, então, consegue mapear alguns de seus interesses e, a partir daí, estabelecer contatos que te levem a uma possível decisão de compra.
Depois que ela tiver seus contatos, pode ser que pergunte se deu tudo certo com a instalação da resistência, se teve alguma dúvida ou se você gostaria de conhecer novas opções de chuveiro para não ter que sofrer mais com água fria.
Quanto mais essa empresa conseguir te instigar, melhor é o marketing de conteúdo que está fazendo.
O papel principal do marketing de conteúdo é pressupor que um comprador vai passar por algumas etapas antes da compra e que, ao invés de ter alguém no cangote perguntando “e aí, vai comprar?”, é bem mais efetivo nutri-lo de informações para que ele acabe se decidindo pelo melhor custo-benefício na sua escolha. Com sorte, sua marca será a escolhida.
Sem promessas
O marketing de conteúdo opera sob a batuta de algoritmos, números e possibilidades, o que faz com que seja ainda mais assertivo através de um planejamento estratégico, que vai incluir desde a redação de um texto até a aplicação de SEO em toda a sua estrutura.
Contudo, o mais legal de trabalhar com o marketing de conteúdo é que ele não faz promessas vazias aos seus leitores: ele entrega o que se dispõe a entregar. Isso acaba deixando a internet mais útil, quando as informações são verdadeiras, e menos chatas.
Afinal, não tem nada mais terrível do que chegar ao fim de um texto sobre como instalar resistência no chuveiro sem saber, de fato, como fazer aquilo.
Para fazer um bom marketing de conteúdo, então, é preciso levar em consideração dois fatores. O segundo é o Google e o que ele espera de você, já que é essa empresa a responsável por fazer (ou não) o seu ranqueamento orgânico.
O primeirão de todos é o leitor, de quem você deve merecer a atenção e o tempo fazendo bons conteúdos, que sejam relevantes, que cumpram com o combinado no título e nas linhas a seguir e que ensinem algo novo a quem está no seu site. É a satisfação desse leitor que vai fazer, inclusive, com que o Google goste ainda mais do que você produz.
Se você chegou até o fim desse texto, é sinal de que eu cumpri com meu dever de manter seu interesse sobre marketing de conteúdo – e é exatamente isso que você deve perseguir quando estiver pensando o seu próprio conteúdo para seu leitor. Ele pode envolver textos, redes sociais, vídeos, propagandas digitais e muitas outras coisas, que podemos discutir em um outro textão.
Agora, o que fica é a pergunta: se fosse seu próprio cliente final, você chegaria até o fim dos textos da sua empresa e se sentiria satisfeito? Se a resposta é algo diferente de “sim”, existe um probleminha com seu marketing de conteúdo. Me chama aí nos comentários que a gente conversa mais sobre isso. 😉
(PS: se você ainda nem começou a desbravar o marketing de conteúdo, como empresa ou freela de redação, seu problema é ainda maior e precisamos conversar mesmo. Estamos lançando um curso de escrita criativa e você definitivamente precisa conhecer.)