Liderança

Que hábitos e habilidades formam um líder?

O termo liderança é super faturado.

Crescemos ouvindo e assistindo pessoas ansiarem por cargos de destaque ao nosso redor. Seja convivendo com o menino ou a menina mais descolada da escola, seja escolhendo os nossos representantes políticos, seja idolatrando os campeões do esporte preferido ou quando escutamos os mais velhos dizendo que precisamos estudar para “mandar” ao invés de “ser mandado”.

Sem perceber, continuamos buscando posições de destaque na sociedade que, no fundo, nem mesmo sabemos porque queremos, muito menos como é estar lá. Transformamos essa busca mais complexa do que realmente é e muitas das vezes sofremos no processo.

A verdade é que liderar é mais simples que parece. A questão é que comumente ficamos perdidos com tantos termos, cargos, metodologias e ferramentas, que esquecemos do essencial – e é disso que trataremos nesse artigo.

A liderança nua e crua

A verdade é que a liderança é simplesmente um fenômeno social. Se existem pessoas, existirá liderança. Sempre.

Nós como humanidade, assim como os lobos, abelhas e formigas, não sabemos crescer e viver sozinhos. Nós somos constantemente dependentes de outros humanos, desde o momento que nascemos até a velhice.

Inclusive, nós nunca paramos pra pensar no quanto somos interdependentes. Se eu refletir um pouco, apenas hoje pela manhã eu:

  • Acordei numa cama que, para estar no meu quarto, passou por uma indústria de produção de espumas, outra de poliéster e depois foi montado na fábrica de colchões. Isso sem falar das pessoas que o re-venderam e levaram até minha casa;
  • Tomei um banho em um chuveiro que passou pelas mãos de pessoas que criaram e montaram as peças e que precisa de pessoas trabalhando nas companhias de luz e água, para que funcione perfeitamente.
  • Tomei um café plantado no interior de Minas Gerais, que foi processado e transportado para Curitiba, comi bananas plantadas no interior do Paraná e um iogurte que tem sua indústria no Rio de Janeiro.

Ou seja, para que eu pudesse ter a rotina que tive hoje de manhã, pelo menos 500 pessoas tiveram que gastar seu esforço e energia. Que manhã mais custosa, né?

Em todos esses processos existiam pessoas trabalhando em prol de um objetivo definido como bem-comum a suas equipes. Fosse finalizar peças de chuveiro, fosse realizar a colheita do bananal, fosse fazer a entrega do colchão, todas elas precisaram de direcionamento para tal.

“Lucas, você tá dizendo que todas essas pessoas possuíam um líder?”

Sim e não. Antes de eu discorrer mais sobre isso, vamos definir liderança de uma vez por todas. A definição que eu mais gosto é a do James C. Hunter, autor do livro O monge e o Executivo:

Liderança é a habilidade de influenciar pessoas a tomarem determinadas ações, entusiasticamente, em prol de um objetivo definido como bem-comum.

Aqui conseguimos entender que a liderança precisa de alguém capaz de influenciar outras pessoas e um objetivo definido como bem-comum. Somente duas coisinhas.

Mas tem um asterisco bem grande que preciso ressaltar: um líder é definido pelos seus liderados, não pelo seu cargo ou posto. Ou seja, as pessoas escolhem o seguir devido as suas atitudes, competências e capacidade de conduzir o grupo em prol do objetivo necessário.

Quando temos o caso de termos um chefe no lugar de um líder, as pessoas não estão seguindo o seu líder, mas sim o salário no final do mês – o acordo que os fez trocar seu tempo por determinada quantia de dinheiro.

Acontece que toda vez que existe liderança de verdade, mudanças muito mais profundas acontecem, as metas são alcançadas antes do tempo e as pessoas trabalham mais felizes. Ou seja, somente a liderança leva as pessoas a grandes conquistas, sejam essas conquistas políticas, culturais, econômicas ou mesmo pessoais.

Recapitulando:

Sem objetivo comum não há liderança.

Sem uma pessoa capaz de conduzir o processo em prol do objetivo não há liderança.

Se você ainda não tem um objetivo claro com sua equipe, pode parar esse texto aqui e começar a criá-lo.

Caso você já tenha seu objetivo claro, vamos agora entender o que fazem as pessoas se doarem por um líder em prol de uma causa.

A construção de um líder

Em meus treinamentos, um dos primeiros exercícios que eu faço é um de reflexão. Onde peço para as pessoas listarem os três maiores líderes de suas vidas. O critério de escolha é livre, mas gira em torno de motivos como “a pessoa que mais transformou minha vida” ou “que mais me ajudou a crescer”.

As respostas costumam girar entre grandes colegas ou líderes de trabalho, mães e pais ou professores. Geralmente são pessoas as quais elas seguiram e se entregaram para durante sua vida inteira e que, a qualquer momento, se mobilizariam para abraçar suas causas novamente. É comum ouvir aqui que essas pessoas fariam qualquer coisa para ajudar estes líderes.

Logo em seguida eu peço para listarem os porquês de terem escolhido essas pessoas. Sabe quais são os porquês mais comuns?

  • Era uma pessoa que se preocupava comigo e constantemente se doava para me ajudar em minhas tarefas/objetivos;
  • Foi uma pessoa que sempre me respeitou, nas mais diversas situações;
  • Foi uma pessoa que me ajudou a chegar onde eu queria chegar;
  • Sempre foi muito humilde, por mais que soubesse mais que todos do grupo;
  • Era extremamente comprometido(a) com a causa do grupo. Nosso sentimento é que daria o sangue por todos nós;
  • Sempre foi extremamente honesto e transparente;
  • Era focado nos objetivos e não guardava remorso, rancor do erro dos outros;
  • Era gentil e paciente com todos ao redor dele;
  • Conseguia extrair o melhor de cada um dos funcionários, conhecendo cada um a fundo;

E qual o ponto em comum entre as pessoas em todas as suas declarações? Elas escolheram os líderes delas baseado em basicamente um fator: Habilidades Comportamentais.

Sim, nenhuma menciona o que ele fazia ou o quão bom era executando tarefas do cotidiano, mas todas, sem exceção, fazem referência a como essa pessoa se comportava em relação ao outro. Nossos líderes, quase por via de regra, são:

  • Respeitosos;
  • Altruístas;
  • Humildes;
  • Generosos;
  • Pacientes;
  • Honestos;
  • Comprometidos;

Agora, me conta, quantas faculdades você tem que fazer para ser honesto? Quantas graduações precisa para ser generoso? Qual mestrado se faz para ser comprometido? Todos esses atributos são comportamentos.

E comportamento é resposta a um estímulo. É decisão.

Você pode escolher ser exatamente dessa forma para cada um da sua equipe, para cada uma das pessoas ao seu redor. E o que você ganha com isso?

Seu posto de líder, na cabeça de cada um. Você faz uma troca do papel de chefe para líder – e pessoas, quando estão com líderes, entregam seu corpo e alma nos objetivos da equipe.

Precisamos entender que liderança está acima dos cargos e papéis que ocupamos. Liderança é relacionamento humano e relacionamentos são construídos com todos os atributos citados há pouco.

Todas as tarefas, metodologias e ferramentas de gestão são complementares a liderança, nunca o contrário. Portanto, fica a reflexão, como estão as habilidades comportamentais perante a sua equipe?

Aproveita e me conta nos comentários!

Ah! E se você não sabe, habilidade comportamental também desenvolvida – esse papo de que “eu não sou assim” ou “eu não tenho esse talento’ não cola aqui. E se você quer descobrir como desenvolvê-las, eu posso te ajudar! É exatamente isso que fazemos na minha empresa, a Profissas: trabalhamos com o desenvolvimento de habilidades humanas. Se você se interessou é só clicar aqui para conhecer.

Um abraço e até mais!

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