Você já ouviu falar sobre a síndrome do impostor?
Podemos defini-la como a incapacidade de uma pessoa internalizar o seu sucesso.
Mesmo que ela se esforce e tenha muitas realizações profissionais, a sensação é de que nada é bom o suficiente.
E os resultados, por melhores que sejam, acontecem apenas por sorte.
Essa condição promove um conjunto de emoções que fazem com que a pessoa se sinta uma fraude, principalmente no meio ambiente corporativo.
Pessoas com a síndrome do impostor muitas vezes não se sentem seguras em situações de promoção ou em um cargo de liderança que inclua mais visibilidade e responsabilidades.
Quando ocupam um novo cargo, por exemplo, não se consideram capazes de executar as tarefas daquela função, mesmo que sua liderança acredite no contrário.
Nesse sentido, podemos dizer que pessoas perfeccionistas têm maior probabilidade de desenvolver o transtorno.
Síndrome do Impostor e a pandemia
Na pandemia, 46% das empresas adotaram o modelo de home office, segundo pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA), com dados de 139 companhias que atuam em todo o Brasil.
De acordo com o estudo, a pandemia da COVID-19 aumentou a ocorrência da síndrome do impostor.
Isso acontece porque muitas pessoas comparam seus trabalhos com o que as pessoas publicam nas redes sociais.
No LinkedIn, por exemplo, muitas pessoas têm a sensação de que estão ficando para trás.
Suas evidências são baseadas em publicações de profissionais que conquistaram uma nova posição, estão em um emprego melhor ou mais felizes em seus ambientes de trabalho.
Como identificar a síndrome do impostor?
A pessoa com a síndrome vivencia um misto de sentimentos, como baixa autoestima, insegurança, complexo de inferioridade, apreensão, perfeccionismo.
O receio de exposição também é bem comum, pois acredita que é incompetente e uma fraude e poderá ser descoberta a qualquer instante.
Com medo de serem apontadas como um fracasso, a pessoa que sofre com a síndrome apresenta evita estar à frente de projetos, rejeita elogios e procrastina trabalhos por excesso de perfeccionismo.
Normalmente, ela elabora diversos mecanismos de defesa para lidar com a sua insegurança e incapacidade de realizar os trabalhos. São eles:
Procrastinação do trabalho
Pessoas que sofrem com a síndrome do impostor costumam adiar tarefas importantes ou deixar compromissos para a última hora.
Então, para cumprir suas obrigações, é comum levar o máximo de tempo. O objetivo é evitar ser criticado ou avaliado por suas atividades.
Autodepreciação
Quem está passando pela síndrome do impostor não acredita ter capacidade o bastante para merecer o sucesso.
Então, reações como intolerância imposta sobre as próprias falhas e o excesso de auto cobrança e a necessidade de agradar a todos, são alguns sinais presentes.
Autossabotagem
O fracasso para quem vive com a síndrome do impostor é uma situação inevitável.
A alta ansiedade, por exemplo, faz com que a pessoa arruíne as próprias conquistas pela maneira como age diante de suas atividades.
Receio de se expor
Por medo do julgamento, a pessoa com a síndrome de impostor procura passar despercebida, evitando exposições.
Dessa forma, ela prefere a discrição e raramente divide suas angústias com alguém, exatamente por ter medo de que os colegas possam concordar com a sua incapacidade.
Ingratidão
A pessoa com a síndrome do impostor não acredita que possa ser boa em alguma coisa.
Com isso, acaba tendo problemas para aceita as características positivas que ela possui. Na maioria das vezes, dificulta a contemplação qualquer tipo de reconhecimento recebido.
Desafios e impactos da síndrome do impostor
A síndrome do impostor pode prejudicar tanto a vida profissional quanto pessoal de quem sofre com o problema.
As inseguranças fazem com que no trabalho o individuo possa prejudicar a sua própria produtividade. Na vida, faz com que ele se sinta inferior em um relacionamento, não sendo capaz de manter uma relação saudável.
Abaixo, alguns impactos negativos da síndrome:
Não aproveitar as oportunidades
Quando as responsabilidades no trabalho aumentam, seja uma posição de liderança ou novas funções, a pessoa pode adquirir a síndrome do impostor, devido estar em um cargo com maior destaque.
Sendo assim, o medo de ser exposto e ocupar tais posições na organização faz com que o individuo passe acreditar que não tem habilidades necessárias e acaba não aproveitando oportunidades importante na carreira.
Insatisfação
Quem sofre com a síndrome raramente se sente satisfeita com as pequenas conquistas e resultados que foram alcançados dentro do prazo estipulado.
Assim, ao terminar algum trabalho, fica sempre uma sensação de que poderia ter se dedicado mais e o resultado seria ainda melhor.
Esgotamento mental
Se esforçar de maneira excessiva para mostrar trabalho e mesmo assim ainda se sentir incapaz, traz consequências negativas para a saúde mental e do ponto de vista profissional do trabalhador.
O nível de estresse profundo e desmotivação pode fazer com que a síndrome do impostor evolua para um quadro mais preocupante, como o burnout, afastando esta pessoa de suas atividades.
Sobrecarga
A dificuldade em dizer não no trabalho, faz com quem sofre com da síndrome pensar que precisa executar cada vez mais atividades.
No entanto, esse cenário gera a sobrecarga, especialmente quando as próprias tarefas são colocadas de lado para fazer o que as outras pessoas pedem e não precisar expor a sua incapacidade.
Como combater a síndrome do impostor
É fundamental que os lideres trabalhem a autoconfiança da equipe e os conscientizem sobre a síndrome do impostor.
Para isso, é necessário reconhecer a capacidade de cada pessoa colaboradora.
Muitos gestores gostam de reforçar a necessidade da perfeição de toda a equipe. Entretanto, essa pressão pode ser prejudicial.
É natural que a cobrança já parta de cada pessoa, e quando isso vem de cima fica pior.
A liderança deve focar no que é positivo, como reconhecer as habilidades, elogiar e motivar para o crescimento da equipe.
Para ajudar quem sofre com a síndrome do impostor é preciso entender que não há uma receita prática e infalível, mas sim formas de combater esse tipo de pensamento, com conscientização, incentivo e ações de engajamento, que visam manter os colaboradores saudáveis.
Adotar medidas para assegurar que síndromes como esta seja tratada é primordial.
Dentre algumas iniciativas a serem consideradas, podemos citar:
- uso de ferramentas digitais que inspirem e motivem os profissionais;
- sistema de reconhecimento por equipe e individual;
- programas de coaching e mentoria;
- acompanhamento psicológico para os membros da equipe;
- igualdade de salários entre homens e mulheres no mesmo cargo.
Além disso, liderança e RH precisam acompanhar de perto o time para oferecer ajuda e garantir bem-estar físico e psicológico dos colaboradores.
Observe o comportamento das pessoas colaboradoras e identifique quem pode estar sofrendo com a síndrome do impostor.
É comum que quem esteja com o problema permaneça em silêncio sobre o que sente, por receio de ser visto como uma fraude.
Ofereça feedbacks
É importante que a pessoa gestora ofereça seu feedback, seja positivo ou negativo.
Só assim o profissional pode buscar oportunidade de se aprimorar e entender que as palavras ditas não é o fim do mundo.
Mas fique atento às palavras usadas, pois quem tem a síndrome do impostor pode levar para o lado pessoal
Estude e consulte o RH para saber o que é e como combater a síndrome do impostor.
Não receber a devida atenção e tratamento pode trazer impactos negativos e problemas para a vida pessoal e profissional da pessoa colaboradora.
E aí, leu o conteúdo e acha que possui a síndrome do impostor?
Conte com a ajuda de quem uma pessoa especialista.
Assim, durante as sessões, você pode diminuir a sensação de ser uma fraude e adotar suas próprias competências e capacidades.
Acredite em você e no seu potencial!